terça-feira, 7 de agosto de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas Termina

Muitas pessoas estão comentando o efeito "pião da Origem" no final da trilogia (incrível e extraordinária) do Batman de Christopher Nolan. Mas será que ele ia repetir seu truque no filme seguinte?
Posso dizer que o final de Batman foi excelente, de todas as formas possíveis, e eu gostaria de comentar um pouco sobre ela.

Então, saiba que temos TODOS OS SPOILERS DO MUNDO AQUI!

Em minha opinião não há nenhum efeito de dúvida no final, e mesmo assim tive que parar um tempão para pensar depois que assisti ao filme. Mas vou começar comentando as possíveis interpretações do final do filme.

A primeira é a de que Alfred estava imaginando aquela cena, porque ele sempre imaginava Bruce Wayne ali, e ele teria realmente morrido nesse cenário. Esse foi o final que me convenci a acreditar logo que os créditos apareceram, porque eu queria acreditar que o Nolan teria coragem de matar o Batman no fim da trilogia. Em minha opinião, esse final já não é mais possível (ele sumiu da minha cabeça assim que terminaram os créditos), mas sinta-se livre para contra-argumentar e acreditar nessa ideia.

Talvez uma saída que Nolan poderia ter tomado (e metade de mim diz que seria épico) é o Alfred olhando para alguma coisa e... corta! Daria, de verdade, aquele sentido de pião da Origem, aquele "caiu não caiu" que tanto assombra as pessoas. Bruce Wayne está ali? Bruce Wayne está morto? O que Alfred viu? Um Bruce Wayne ou simplesmente Penélope Cruz passando por ali?
Quando eu digo que só metade de mim gostaria dessa opção, é por causa do próximo parágrafo, em que defendo a ideia de que ele fez o que tinha que ser feito e tinha um propósito para isso.

Minha interpretação para o final do filme (e da trilogia) está expressa nas cenas finais antes da cena final. Para começar, Bruce diz que não deu tudo que tinha que dar para essa cidade, o que leva muita gente a pensar que ele se matou por causa disso (em uma interpretação "devo morrer para trazer a paz"). Mas as cenas mostram Lucius Fox descobrindo que o piloto automático do Morcego foi consertado, Gordon é mostrado ao lado do Bat-Sinal arrumado e vemos que a Mansão Wayne virou um orfanato com o nome de seus pais. Essas e ele deixando os pertences para o melhor Robin da história sobre como encontrar a Bat-Caverna.
Mas o que isso prova? Bom, ele não teve tempo de sequer mudar o seu testamento depois que saiu da prisão e foi enfrentar o Bane. Quando ele planejou tudo isso então? Consertar o Bat-Sinal, deixar instruções para o Robin e para que transformassem a casa em um orfanato. E porque mencionar o fato do piloto automático? Bruce Wayne está vivo!
E essa minha escolha de palavras é o que importa. Bruce Wayne está vivo, e não o Batman! Um tema de todos os filmes é a seguinte frase: "você deve se tornar mais do que um homem, você deve se tornar um símbolo". O Batman era o símbolo da justiça e da incorruptibilidade, em quem as pessoas deviam se apoiar e servir de referências para que elas mesmas fizessem a diferença. Com a morte de um símbolo desses, as pessoas tomam coragem para fazer o que deve ser feito.
Quando Harvey Dent morreu em Cavaleiro das Trevas e foi decidido colocar a culpa no Batman, quem sabia da verdade (Gordon, Batman e o público do filme) sabia que a paz não duraria eternamente. Durou 8 anos. Mas porque foi construída em cima de uma mentira. A morte do símbolo Batman é real, "ninguém" sabe quem é o Batman, então basta as pessoas pensarem que ele morreu e ele nunca mais voltar. Alguém se sacrificou por eles e pela justiça e pelo o que é certo. Não é uma mentira, pois desde sempre ele foi só um símbolo.
Quanto a Bruce Wayne aparecer dando um tchauzinho pro Alfred no final, creio que o Nolan teve dois motivos para fazer isso. Primeiro, para mostrar a Selina Kyle (ela não é chamada de Mulher-Gato no filme, desistam!) e mostrar que os dois estão juntos. Mesmo que ninguém duvidassem, foi só para garantir. O segundo motivo foi para não repetir o efeito Origem nesse filme também. Talvez não tenha funcionado tão bem, já que tanta gente ainda acha que é o caso.

Essa é a minha opinião sobre o que acontece no fim de Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Acredite no que quiser, defenda o que quiser, somos todos livres para interpretar.

Mas em uma coisa temos que concordar: foi a melhor construção e adaptação de um Robin que já existiu, e um final em que imagino o Nolan falando com os chefões da Warner, "Tá aí, eu terminei minha história, ela tá fechadinha. Se vocês quiserem continuar tem jeito!".
Exatamente nessas palavras, aliás.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Say good night to the bad guy!

Em 2006, meu pai recomendou que eu alugasse Scarface, filme de 1983, que ele tinha visto quando era jovem. Disse que era um ótimo filme. Aluguei.
Depois de assistir ao filme, tive que discordar do meu pai. Não era um ótimo filme. Era o melhor filme que eu já tinha visto na vida. Era perfeito.

Não assisti mais ao filme desde aquela vez. Não o vi por seis anos. Seis longos anos. Não sei bem o porquê. Talvez eu tivesse medo de que o filme não fosse tudo o que eu achei, e que assistindo de novo eu ia perceber isso e era melhor ficar com a ideia que eu tinha na cabeça; ou talvez eu não quisesse achar erros ou motivos para não gostar dele; ou talvez eu tivesse muito mais o que fazer e ver (o que é real, em partes).

Durante esse tempo, fui me alimentando de informação sobre o filme. Li bastante coisa e joguei muito o excelente jogo que lançaram no mesmo ano que vi o filme, Scarface: The World is Yours.

Hoje coloquei meu blu-ray do filme (o primeiro da minha coleção!) e assisti à saga de quase três horas (mais especificamente, 2h50) de Tony Montana novamente. E Scarface continua sendo o meu filme preferido de todos os tempos.

Quer motivos? Pra começar, o roteiro de Oliver Stone. Conheço poucos roteiros assim. O próprio Stone escreveu o roteiro enquanto lutava para sair do seu vício em cocaína.
O filme é uma verdadeira ascensão e queda de um personagem. Você ama e odeia Tony Montana, você torce por ele e quer que ele se ferre, você sabe que ele está errado mas quer que ele se dê bem, você condena seus atos mas aplaude a sua moral. Sempre essa dualidade, sempre! É incrível!

Ele é o (anti-)herói que, com o tempo, se torna o vilão. É o pobrezinho que todo mundo quer ver se dar bem e que se torna o homem mais ridículo e sem escrúpulos que você vai conhecer. Esse é o brilhantismo do roteiro. No começo, ele é o coitado que quer crescer na vida, que só sabe matar e ser mau e usa isso pra tentar subir. Então ele consegue, e consegue cada vez mais e mais. A ganância e o poder tomam conta, ele fica paranoico, ele quer mais, ele não confia em mais ninguém e paga por isso.
Mas por que a gente não para de assistir o filme nessa segunda metade, quando ele é (pra usar seu próprio vocabulário) um cabrón? Ele tem sua moral, ele não mata crianças, e a gente se encanta por ele de novo.

A direção de Brian DePalma também é surpreendente! E vamos apenas ignorar que ele foi indicado ao Framboesa de Ouro como pior diretor aquele ano. Ninguém estava entendendo o filme, que para muitos era só um banho de violência e sangue, e era moda odiar o longa, e o Razzie vai com a modinha.

O começo (quase um documentário de Fidel Castro, Cuba e o caso do Porto de Mariel), para dar toda aquela ambientação ao filme, é uma ótima escolha. A cena do interrogatório, no começo, é perfeita. Câmera girando em torno do protagonista, indicando que ele está rodeado de inimigos (os policias da imigração). E já que a câmera fica sempre nele, que está sentado, nunca vemos a cara dos policias, sinal de que temos que temer essa situação.
Outra cena marcante é a da serra elétrica. Toda aquela tensão criada em torno da negociação e a verossimilhança da tortura são muito bem feitas. Quando Tony é amarrado e está prestes a ser cortado também, a câmera faz uma longa viagem do banheiro até o carro onde seu amigo Manny está esperando (e que deve ir até lá caso ele demore demais). Ele está xavecando uma garota da praia. A câmera volta lentamente ao banheiro. Durante todo esse processo o que se pensa é "ah, tá na hora do cara vir salvar ele, vai dar tudo certo. Ai não, ele tá distraído, não deu o tempo ainda. Não, não, não volta pro banheiro ainda, o Manny tem que saber... espera, ai não, já era!" Sensacional!

E temos o brilhantismo da atuação do gênio Al Pacino, um dos maiores atores dessa geração (e de muitas outras). A interpretação é tão incrível e marcante que você não vê Pacino, e sim um cubano em tela. O jeito, os maneirismo, a voz, a entrega dele é notável. É o papel da vida dele, até mais do que Michael Corleone da trilogia O Poderoso Chefão.
Junte ele com as maravilhosas frases e diálogos do roteiro de Stone e você tem bordões repetidos até hoje:
"All I have in this world is my balls and my word and I don't break them for no one";
"This town like a great big pussy just waiting to get fucked";
A que pra mim é uma das melhores cenas do filme, o discurso no restaurante que resume o que é o filme (sim, vou copiar o discurso inteiro!): "What you lookin' at? You all a bunch of fuckin' assholes. You know why? You don't have the guts to be what you wanna be? You need people like me. You need people like me so you can point your fuckin' fingers and say, "That's the bad guy." So... what that make you? Good? You're not good. You just know how to hide, how to lie. Me, I don't have that problem. Me, I always tell the truth. Even when I lie. So say good night to the bad guy! Come on. The last time you gonna see a bad guy like this again, let me tell you. Come on. Make way for the bad guy. There's a bad guy comin' through! Better get outta his way!"
E a clássica e fuckin' awesome frase "Say hello to my little friend!"

Por falar em fucking, o filme não segurou na violência (que recebeu três indicações indicativas X até conseguir a R para maiores de 17), mas também não poupou palavrões. A palavra "fuck" e seus derivados aparecem 226 vezes nas bocas dos personagens, o que dá uma média de 1.32 fucks por minutos. Foda, não?

A trilha sonora também é incrível - pelo menos para mim. Ela é tipicamente oitentista, e eu amo os anos 80 na música. Totalmente carregada de sintetizadores e composta inteiramente pelo compositor pop Giorgio Moroder, alguns podem se cansar depois de um tempo, mas eu acho que é por causa da trilha desse filme que eu amo tanto sintetizadores e anos 80.

Eu realmente não sei se consegui me expressar aqui no motivo porque eu amo tanto esse filme. Não dá para explicar mesmo. Eu sei que ele é incrível e isso é o que vale. Tentei uns argumentos críticos, tentei uns emocionais, tentei até curiosidades aleatórias.
Mas o que vale é que todos têm um filme favorito.

Scarface é o meu!
Acredite, porque "eu sempre falo a verdade, mesmo quando eu minto"!

PS: se está com preguiça de ver o filme, ou esperando o melhor dia para apreciá-lo, você pode assistir esse resumo, que condensa todos os fucks do filme.




segunda-feira, 18 de junho de 2012

Expectativa vs. Realidade

Sem citações de dicionários, sábios, estudiosos ou charlatões. Digo aqui a minha própria interpretação de expectativa.

Expectativa é a tentativa de previsão do futuro, baseando-se em fatos já acontecidos e conhecidos como base de cálculo.
Por exemplo, se você perde a direção de um carro e se vê indo em direção a um poste, a expectativa é de que se bata o carro. Isso é baseado no fato de que você não possui mais o controle do veículo e o caminho reto à frente dá de encontro ao poste, criando, portanto, a previsão de futuro mais provável naquele momento: a batida.
É claro que, como qualquer previsão para o futuro, não é algo sólido ou determinante. O carro pode parar abruptamente, ou você pode recobrar o controle, ou diversas outras situações que impeçam a maior expectativa de acontecer. Quando finalmente acontece, temos a realidade.

Ou seja, não se prenda às expectativas, seja ela qual for. Você não sabe realmente o que vai acontecer. E se você tem na cabeça aquela ideia de que algo ruim vai acontecer, ou que se você realizar a ação A muito provavelmente ocorrerá uma reação B que é ruim, porque não arriscar e mudar isso? Levante a cadeira da bunda e encontre maneiras de dar a volta por cima, descobrir, matematicamente falando mesmo, uma fórmula onde o resultado final seja satisfatório.

Não sei se existem impossibilidades ou não. Não sei se algumas coisas realmente não foram feitas para ser. Mas como ninguém sabe a resposta, e nem quais coisas são essas (se existirem), sigamos em frente, rompendo barreiras e tentando fazer o melhor que pudermos para as boas expectativas se realizarem, e as más não virarem realidade.

Os nomes disso são esperança e coragem!

*(Bem) levemente baseado na ideia da cena "expectativa X realidade" do filme (500) Dias Com Ela.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

E o palhaço sou eu!

Eu sou uma pessoa que brinca muito comigo mesmo. Frequentemente você vai me ouvir brincar com meu peso, meus óculos, minha loucura, minha timidez, o lugar perigoso onde moro e por aí vai.

Acredito, acima de tudo, que esta é a "primeira regra do curso da vida": saiba tirar sarro de você mesmo.
Sabendo brincar consigo mesmo você pode brincar com os outros, pois você não é a pessoa que só vê graça na desgraça alheia.

Mas deixando isso de lado, volto a questão das brincadeiras de mim mesmo. Quem me conhece sabe que eu realmente chego a extremos comigo mesmo. Piadas que às vezes eu nem faria com outros. Porque então, talvez você se pergunte, eu faço isso comigo mesmo?

A questão é simples. Eu adoro fazer as pessoas rirem! Me dá um prazer de serviço realizado, de objetivo no mundo completo!

Não é somente ver as pessoas rirem de uma boa piada que eu fiz, ou de como eu sou o gênio do humor. Não sou nem perto disso. Eu simplesmente me sinto feliz ao ver uma pessoa rir. Para isso, não importa se ela riu de uma piada que eu fiz ou se eu falei que sou tão gordo que os mamutes não foram todos extintos ainda, o efeito de felicidade do outro é que importa.

A risada é uma das expressões do corpo mais completas. Ela surge por felicidade, por graça, por entendimento, por amizade, por amor, por paixão e até mesmo por nervoso, em certas horas. É um sinal de que você está bem consigo mesmo, que seu cérebro está deixando a preocupação de lado naquele instante.

Aliás, eu acho que, sim, rir é o melhor remédio. Desde sempre me lembro de assistir a filmes de comédia quando eu estava triste ou chateado. E sempre funcionou. Na hora eu esquecia qualquer frustração ou irritação da minha vida e me via gargalhando com a vida dos outros. É um bom paralelo com o que eu faço, eu me transformo em um filme de comédia para que os outros possam dar risada de mim e serem mais felizes.

Para finalizar esse texto, não farei ninguém rir. Eu acho que eu não sou bom a esse nível. Mas eu deixo um pensamento que se formou a pouco tempo na minha cabeça, sobre o final de Monstros S.A., da Pixar.
Por mais que seja um filme de animação e fantasia, eu acho que ele faz um grande paralelo com o nosso mundo. Eu realmente acredito que, no final, as risadas vão salvar o mundo.

Pense nisso. Ria bastante. Seja feliz. Viva como uma criança. A vida já é dura demais para que nós fiquemos carrancudos. Ria, sorria, mostre os dentes, solte a voz. A vida tem prazo de validade, a felicidade que a gente deixa aqui, não.

=D

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Reflexões de Ônibus

Eu raramente ando de ônibus. Vou a pé de casa para a faculdade/estágio e volto a pé também. Não que seja perto, meia hora de caminhada é considerável. Mas reflexões desse período não cabem aqui.

Ando de ônibus somente quando preciso levar algo pesado, ou quando já está muito de noite para eu me arriscar no meu bairro não tão pacífico assim, ou quando preciso ir a algum lugar que não seja minha casa e/ou faculdade.

No caso da inspiração desse post, o terceiro cenário.

Tanto minha viagem de ônibus quanto a pé contam com um elemento em comum: meu celular e fone de ouvido. Vou sempre ouvindo músicas e podcasts no caminho, para não ficar meia hora ou mais ouvindo o som do vento. Afinal, vovó já dizia: "mente vazia, oficina do capeta".
Mas durante as caminhadas, eu ainda me preocupo, além de ouvir o som do fone, em caminhar, olhar para os dois lados da rua, desviar de pessoas, objetos e afins. No ônibus, não. Tenho que apenas esperar. E esperar. Sentado. Bem, no máximo, de pé tentando me equilibrar.

Nesse momento, olhando para a janela, vendo a paisagem passar, é que o som do fone vai se esvaindo e a minha vida aparece ali fora da janela, passando. Começa com o que acabou de acontecer, na saída. Depois o que aconteceu de manhã, aí se estende pelas semanas, meses, e voltamos à época do colegial, do fundamental, a ser criança...

A cada parada do ônibus - aliás, que trânsito! Se eu estava com a mente vazia e o capeta com sua oficina, o  trânsito tava um inferno - é como se eu tivesse que congelar aquele instante da minha vida para analisá-lo melhor. Será que tomei a decisão certa? Porque não fui mais corajoso aqui? Se eu tivesse seguido o outro caminho, teria sido melhor ou pior?

Dúvidas, dúvidas, dúvidas... ninguém pode mudar o passado (e eu nem gostaria, já assisti filmes de ficção científica demais sobre o assunto). Mas realmente não gostaria de mudar meu passado, porque ele me fez o que eu sou hoje. Gosto de mim no alto da minha imperfeição, da eventual falta de comprometimento, do pão-durismo, do egocentrismo (agora está explicado, né?). Mas também gosto muito de mim na parte da lealdade, bom humor, criatividade e responsabilidade (ao menos, no que eu assumo).

Me faltou coragem em vários momentos da minha vida? (Eu disse vários? Leia-se "quase todos"). Sim, faltou. Algum dia eu a terei? Não sei dizer. Para alguns assuntos, posso dizer que sim, terei. Para outros, a sombra incógnita paira sobre minha cabeça. Talvez eu nunca me recupere de coisas do passado, mas não deixo elas me piorarem. Só me limitarem. Por enquanto.

Quando desci no meu ponto, voltei ao presente, a quem eu sou. Havia pouca luz no céu, estava em um ambiente perigoso (meu bairro, lembram-se?) e tinha uma missão para cumprir (comprar pão para minha mãe). Isso resume bem quem sou no momento. Ah sim, claro, estava de mochila, onde carrego minha bagagem de tudo que possa me ajudar nessa viagem: amigos, família, o bom humor e a comédia (elas já salvaram minha vida, mas isso é tema para outro post), situações onde sei que fiz as escolhas certas e muito mais.
Sempre com meu fone de ouvido, que aqui, nesse final emocionante, não representou metáfora alguma! Nem tudo é perfeito.

E para quem esperava um texto curto e engraçado de minha parte (quem me conhece poderia, de fato, esperar que eu tentasse fazer isso), pode ter se decepcionado. Mas não desista de mim. Eu aprendo!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Post Parte 2 - Por Quê?

Você já deve ter assistido a um filme sensacional, daqueles que, quando chega ao final, você aplaude, levanta, bota a mão no coração e recita o hino nacional. E possivelmente, no meio dessa confusão toda, você profere "nossa, deveria ter uma continuação".

Já se perguntou se isso é a melhor opção? Às vezes, a perfeição (ou quase isso) de um filme reside no fato de que a história foi contada do jeito que foi planejada: com um início, meio e fim. O arco do personagem está completo, ele realizou a sua missão (sentido figurado aqui, tá) e o filme terminou onde deveria.

Estender (ou tentar) essa história geralmente vai gerar situações desagradáveis, furos de roteiro, falha de caráter do personagem e, o que pode ter sido um filme extremamente original vai virar um filme clichê.

A maior culpada (mas não a única) por estes fiascos são as produtoras. Elas são empresas, elas vendem entretenimento, vendem filmes. Na visão delas existe um fator importante: dinheiro. O filme fez sucesso, sinal verde para uma continuação. E se o diretor, roteirista ou seja lá quem argumentar contra, existem muitos outros deles por aí só esperando para trabalhar.

Nunca pense que estou generalizando o assunto. Existem continuações excelentes, que até superam o original em qualidade. A diferença é que essas produções foram pensadas. Alguém sentou e perguntou: "e aí, como a história desse personagem continua, como essa ação do primeiro filme pode gerar um segundo?". Às vezes, o próximo filme já é pensado junto com o primeiro, fazendo com que haja ligação e até a mesma qualidade técnica entre os dois.

Mas precisamos de exemplos, óbvio. Vai dizer que você nunca estava zapeando pela TV até que se deparou com um filme conhecido e, quando você nota, há o número 2 do lado, seguido de um subtítulo genérico (ou não).

Pegue de exemplo Marley & Eu. Em minha opinião, um ótimo filme, de fazer chorar. Você acompanha o casal (mais especificamente o marido, interpretado pelo Owen Wilson) comprar um cãozinho do inferno e cada lado ter que aprender a conviver com isso, até que tanto cão quanto dono evoluem e se amam e... o final já é falar demais, né?

Pois então. Fez muito sucesso, agraciado pelo público e pela crítica, deu muito dinheiro... opa, é o que o estúdio queria. Nem o diretor nem o autor são muito influentes (assim como Christopher Nolan o é, e tem total controle da franquia Batman no momento), então, já que o estúdio tem os direitos, chama alguém aí pra escrever qualquer coisa com o cãozinho fofinho que conquistou milhões de pessoas. E aí temos isso:


Alguém me explica o que é isso??? De verdade, que atrocidade foi cometida com tão belo e encantador filme? Não só com o filme, mas com a marca.

O Marley fala! Mas que merda é essa? Ele peida, ele arrota! Ele causa confusões (in)dignas de Sessão da Tarde! Pegaram um filme adorado e jogaram um roteiro qualquer, sem lógica, sem charme, sem graça. Transformaram um drama com pitadas de humor em uma comédia pastelão com cara de péssimas escolhas.

Desabafei um pouco agora. O motivo de eu ter pensado em escrever esse post (e ter o feito agora) foi esse trailer. Causou revolta.

Mas tem muitos outros filmes em que a arte não é respeitada. Um exemplo é a Disney. Ela faz clássicos do cinema, daqueles que seus netos assistirão e ainda se deslumbrarão: O Rei Leão, A Pequena Sereia, A Bela Adormecida, Cinderela, A Bela e a Fera, Tarzan... a lista vai longe.

Mas a própria Disney tinha, até pouco tempo atrás, um departamento de home video que tinha como objetivo estragar esses clássicos com sequências desnecessárias. Todos os filmes que eu citei aí em cima possuem pelo menos uma continuação lançada diretamente para DVD. Sem o mesmo glamour das obras mágicas daquelas que vemos no cinema. Filmes com história desinteressante. Ainda bem que, quando a Disney comprou a Pixar e John Lasseter assumiu a diretoria de animação da Disney também, ele mandou acabar com essas produções caça-níqueis.

Outros filmes de sucesso poderiam ter sofrido o mesmo, se não fosse o envolvimento dos mesmos profissionais, que decidiram pensar em uma continuação plausível. O Poderoso Chefão fez sucesso, decidiram fazer outro, mas a diferença é que Francis Ford Coppola quis fazer outro. De Volta Para o Futuro é outro que poderia ter se dado mal. Aquele final do primeiro filme não foi feito pensando em uma continuação, era uma piada apenas. O estúdio pediu outro e ele assumiu a responsabilidade. Tanto que, por causa da Jennifer no DeLorean no final do primeiro filme, tiveram que criar um baita furo de roteiro para o segundo (ela desacordada o filme inteiro), mas que é compensado com um roteiro fabuloso.

Acho que já falei demais, mas só deixo para citar aqui um último exemplo: O Exterminador do Futuro. Primeiro e segundo filmes feitos por James Cameron, que considerou que a história estava encerrada. Depois de 12 anos, quebram as leis internas do mundo do filme, criam uma desculpa e, opa, um terceiro filme nasce.

Já dizia alguém que eu estou com preguiça de pesquisar: menos é mais. Não é porque aquele filme é incrível que você precisa mais dele. Ele provavelmente é bom porque fecha de uma forma muito boa. Se alguém tentar arrastar isso por mais uma hora e meia, é grande a probabilidade de se perder a genialidade e cair no mau gosto e no clichê.

Sequências desnecessárias, a palavra diz tudo. Abaixo elas!


quarta-feira, 28 de março de 2012

Os melhores filmes de 2011

Mais um ano, mais um atraso gigantesco em escrever aqui. Quase acabando o ano de novo e eu vindo com esse assunto.

Como você deve estar cansado de saber, essa minha lista de melhores do ano é baseada nos poucos filmes que eu vejo por ano (comparado com muita gente por aí que devora lançamentos) e no meu gosto pessoal.

Igual ao ano passado (e que pretendo seguir em todos os anos se esse blog não se suicidar por falta de interação social), a minha lista vai sair da lista de filmes lançados comercialmente no Brasil em 2010, que você pode conferir aqui, muito bem compilada pelo site Cinema com Rapadura.

Assisti a 47 filmes do ano passado, sendo que só 2 deles não foram vistos no cinema. Em 2010 eu tinha visto somente 30 filmes, ou seja, estou voltando à antiga forma, pouco a pouco. E, de novo, vi 4 filmes repetidos no cinema, nem todos por vontade própria (oh, as lamentações...).

Não há ordem de preferência, os filmes estão listados em ordem alfabética.
Os melhores filmes de 2011, para mim, são:

  • Capitão América: O Primeiro Vingador
  • O Homem do Futuro
  • Os Muppets
  • Planeta dos Macacos: A Origem
Quase metade dos filmes já não tem minha resenha, devido a minha parada por motivos acadêmicos e profissionais (ou preguicionais, tanto faz). Ano que vem já não terá nenhum.

Mas, usando a brecha da lei que é a menção honrosa, posso citar aqui um filme do ano passado que me surpreendeu, pois não sabia o que esperar dele e se revelou um filme bem bom e divertido.
E então se conclui o terceiro ano seguido de opiniões não perguntadas. Palpite, xingue e ameace de morte aí nos comentários.

Voltamos, agora, ao colorbar eterno.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Yocto - Parte 2

Estou de volta neste blog esquecido para lhes apresentar o segundo post sobre o curta-metragem mais legal apresentado nesse blog. No episódio anterior eu havia comentado que havia extras. Pois bem, eles realmente existem, assim como um DVD. Não, não procurem para comprar, ele é uma relíquia e não está à venda (isso quer dizer que tivemos dinheiro para fazer apenas 12 cópias).

Mas o conteúdo é mais importante que a mídia física em si (neste caso, somente aqui). Todo filme tem erros de gravação, só que nem todos os divulgam (porque só comédias têm o "direito" de fazer isso?). Nós somos produtores legais e gostamos de mostrar os erros e fracassos de nossas produções (os que ficaram de fora do curta, óbvio). Aqui estão, divirtam-se:



E, finalizando esse mega merchan promovido por mim mesmo (sem fins lucrativos, mas bem que poderia ser), todos os curtas tiveram um making of acompanhando-os. Os making of de cada curta foi produzido por outra produtora da classe. No nosso caso, o nosso foi produzido pela Anauê Produções, que fez o curta de terror. Confiram a bagunça por trás de todo o trabalho (e duas partes de entrevistas minhas; posso ter meu lado narcisista, não posso?):




E foi isso, o meu momento de expressar meu orgulho por esse que foi uma das melhores coisas que eu já produzi na vida (como se eu tivesse feito tanta coisa assim nessas duas décadas). Espero que tenham gostados e fiquem de olho para mais coisas interessantíssimas aqui no blog mais querido do Brasil.

Tá, já estou exagerando. Até.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Yocto - Parte 1

Mais uma ausência gigantesca por minha parte. E pior, não foi por falta de tempo e nem (acredite!) por preguiça. Foi por esquecimento. Tive tanta coisa para fazer nas férias (uma frase que se torna paradoxal dependendo do seu ponto de vista) que me esqueci de vir aqui atualizar o blog com o que eu havia dito (ou deixado em mistério) que postaria. Bem, mesmo com a notícia fria, vamos a ela.

Como todos sabem (todos, até os esquimós) eu faço Rádio e TV na Metodista. Pois bem, isso implica que eu realize obras audiovisuais. Fazemos todo semestre um PI (Projeto Integrado) e o projeto do semestre passado foi a produção de um curta-metragem de até cinco minutos. Em minha opinião, o projeto mais legal da faculdade (e parafraseando Homer Simpson: até agora). Dá pra notar, lendo um pouquinho do meu blog, que eu adoro cinema, então a produção de um curta ficcional muito me agradou.

Meu grupo, Camaleão Produções, acabou ficando com o tema Ficção Científica, e o que pareceu ser fácil tornou-se um desafio. Fiquei encarregado das funções de assistente de direção, diretor de atores e, minha pretensão para o futuro, roteirista.

Posso dizer que um roteiro não é a coisa mais fácil do mundo de se fazer, se é o que você acha. Foram inúmeras vezes em que eu e meus amigos roteiristas Ana Boin (pouco conhecida pelo seu blog ЯΘΘΘTZ) e Fábio Terra (muito conhecido pelo seu blog fabiotbworld), refizemos o roteiro para que ele tivesse tudo o que um bom roteiro precisa.

Mas chega de blablabla, todo isso já passou e garanto que nós fizemos um bom trabalho. O objetivo do post era, realmente, apresentar o curta-metragem para vocês.

Mas, primeiro... o que é um filme sem seu trailer? Óbvio que fizemos um por diversão.


O trailer foi feito pela nossa editora Carolina Cressoni. Aliás, os nomes estão aparecendo aos poucos, mas ao final eu incluo uma lista de funções e pessoas e ninguém fica de fora.

Mas agora, o prato principal. Nosso curta-metragem é chamado Yocto (pesquisando, descobre-se que é uma referência à menor medida de todas). A sinopse é a seguinte:
Em 2033, Dr. Strazer (Fabricio Rinaldi) e seu assistente Vitor (Rannieri Herdy) estão criando uma máquina de encolhimento, o Yoctoredutor. Mas tudo ameaça dar errado quando, acidentalmente, a máquina encolhe o próprio criador.

Sem mais delongas, apresento-lhes Yocto:


Esse é nosso produto final, nossa obra-prima, nosso embrião querido. Vocês podem deixar seus comentários ao final do post, bons ou ruins, somos abertos a sugestões.

E o post vai terminando por aqui, mas agora eu prometo voltar bem rápido para apresentar a segunda parte desse post. Como todo bom filme, temos uma seleção de extras para apreciação geral. Ou você vai querer perder os erros de gravação desta bela película?

Mas, antes de ir, como prometido, a ficha técnica para que ninguém brigue comigo.

A Camaleão Produções é composta por: Adriana Araujo, Ana Flávia Boin, Caio César Ayres, Carolina Cressoni, Daniel dos Santos, Davson Pereira, Fábio Terra, Mariana Consolaro e Patricia Facha.

Direção Geral: Ana Flávia Boin
Assistente de Direção: Daniel dos Santos
Roteiro: Ana Flávia Boin, Daniel dos Santos e Fábio Terra
Produção: Fábio Terra
Direção de Fotografia: Carolina Cressoni
Direção de Arte: Mariana Consolaro
Sonoplastia: Davson Pereira
Edição: Carolina Cressoni

E um agradecimento especial a Fabricio Rinaldi e Rannieri Herdy, os atores principais do nosso curta que toparam trabalhar com a gente e fizeram um ótimo trabalho!

Até a próxima. Hasta.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ausência, desculpas e promessas

Se alguém ainda acompanha isso aqui (ou seja, ninguém, porque mesmo que acompanhe, não tem o que ver há 3 meses), desculpe.

Desculpas que nada, faço isso porque gosto, não ganho nada aqui. Gostaria, mas não ganho.

Vou tentar atualizar muitas coisas em um post só. Muitas coisas!

A começar, como dito no post anterior (de muito tempo atrás) o motivo de eu andar (muito mais, agora) sumido daqui é porque estou estudando e trabalhando. Sendo que, no meu tempo livre (menor, agora) eu tenho outras prioridades. Muitas deles envolvem minha internet lentíssima e a demora de fazer algo com ela.

Mas deixando o mimimi pra lá, eu já havia comentado o que faço no meu trabalho (ou estágio, como preferir me rebaixar). O programa que dirijo, Infosônica, demorou, mas saiu da fase de piloto, e conta, atualmente, com dois programas publicados e mais dois que serão publicados ainda esta semana (até porque ela é a última semana antes das minhas merecidas férias; aleluia!).

O programa é sobre assuntos diversos, com um enfoque em histórias e no lado humano dos entrevistados. É, ainda, um programa informativo, com um viés jornalístico, mas muito menos quadrado e focado só em conteúdo. São histórias e situações de pessoas sobre diversos assuntos. Caso esteja curioso (e caso não esteja também), o programa piloto é sobre Repúblicas Estudantis, e você pode ouvi-lo clicando no link. O segundo programa é sobre Transportes Públicos.

Os programas que virão a seguir são sobre Adoção de Animais e Profissionais que Trabalham Durante as Festas de Fim de Ano. O programa (assim como a Rádio Sônica) é integrado ao Rudge Ramos Online, com parceria do UOL.

Além de dirigir este programa, faço produção em outro programa da Rádio também. O Esporte 10 tem direção de Mariana Consolaro e eu faço o quadro Você Sabia, com curiosidades e bizarrices esportivas. Se quiser acompanhar os programas e meus quadros, aqui estão as edições desde quando comecei a participar, um programa antes da Mari assumir o comando (mas nada lhe impede de conferir os anteriores): programas 10 (sem eu no meu quadro, apenas produção do quadro do Pan-Americano), 11, 12, 13, 14 e, em breve, o 15º e último do ano.

Essas são minhas novidades do trabalho. Eu ia usar o mesmo post para falar das novidades acadêmicas também, mas percebi que este já está deveras grande. E o assunto merece um post único e especial. Afinal, o post sobre esse assunto deve ser... menor!

Em breve vocês entenderão.

Eu fico por aqui, por enquanto, e prometo (ou não) aparecer mais durante as férias. Se eu não aparecer, volte para o seu blog favorito.

[Atualizado com o link dos dois últimos Infosônica e do último Esporte 10]