domingo, 30 de maio de 2010

A Troca

Um filme indicado a três Oscar, do grande diretor Clint Eastwood, que, desde Gran Torino (filme anterior a este que dirigiu e estrelou, e que é muito bom, diga-se de passagem) se aposentou da atuação e apenas dirigirá filmes.
Mas esqueçamos Gran Torino e vamos falar de A Troca.

A Troca (Changeling, 2008)
Direção: Clint Eastwood
Esse filme faz bonito. E também faz chorar. E também te deixa apreensivo. É um filme muito bom, resumindo.
No filme, o filho de Christine, interpretada por Angelina Jolie, some. Depois de cinco meses, a polícia diz que o achou, porém não é o filho dela. Apesar de todas as provas contra, a polícia insiste que o menino trazido é o filho dela e chega até a interná-la em um hospício por isso. E o filme segue com ela lutando para ter o filho de volta.
O filme é baseado em uma história verídica, que aconteceu nos anos 20 nos Estados Unidos, o que faz com que nos identificamos mais ainda com o sofrimento da mãe e com toda a história.
Angelina Jolie dá um show de interpretação, tanto que concorreu ao Oscar de melhor atriz por este filme. Não há como não se emocionar ao vê-la se descontrolar quando o seu filho some ou quando descobre que o menino que trouxeram não é seu filho, ou ficar feliz quando dizem ter achado o menino.
O filme possui bons atores e todos estão muito bem em seus papéis, desde o pastor da rádio que ajuda a denunciar a corrupção na polícia até o chefe de polícia que quer justamente melhorar a imagem do departamento fingindo que a criança encontrada é a certa.
Algo que impressiona no filme, também, é a ambientação. Olhando para o filme, você realmente se sente nos anos 20. Há bondes nas ruas, carros antigos e telefonistas ligando aqueles fios que se usavam antigamente nas centrais de telefonia. No final do filme (nada de spoiler) há uma sequência muito bonita: o filme acaba e a câmera fica parada em uma rua e acompanhamos ela funcionando por uns 5 minutos. Bondes passando e tudo mais, muito bonito de se ver.
Com uma história tão bonita e comovente, e com um filme tão bonito e bem dirigido, só posso aqui dizer que recomendo muito o filme. Realmente muito bom.


domingo, 23 de maio de 2010

Fúria de Titãs

Fúria de Titãs é um filme clássico de 1981 produzido pelo gênio do stop-motion Ray Harryhausen. E produzir um remake de um filme desses é um tanto desafiador. Fui conferir o resultado. E você confere o que achei agora.


Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 2010)
Direção: Louis Leterrier
O grande universo da mitologia grega já rendeu várias produções cinematográficas ao longo da história. Afinal, é um mundo muito imaginativo, cheio de detalhes e muito interessante. Surge, então, um remake de uma dessas obras que fazem alusão a essa mitologia.
Fúria de Titãs é um filme muito bom, que se torna ainda mais divertido para quem gosta da mitologia grega - assim como eu.
Ele conta a história de Perseu, um semideus que não sabe sua história e quer se vingar dos deuses pela morte de seu pai adotivo. Pelo caminho ele cruzará com vários personagens importantes da história mitológica.
Apesar da variedade de deuses do Olimpo, o filme se concentra só em dois deles: Zeus, o deus dos deuses, e Hades, senhor do submundo. São eles que protegem e ajudam o herói na sua jornada.
A história do filme é bem explicada para quem não conhece a mitologia, porém às vezes ela é contada toda de uma vez, mas isso em nada estraga a experiência do filme.
Uma coisa realmente impressionante do filme são os efeitos especiais. Eles são lindos. Cada criatura que aparece no filme parece tão real que eu juraria que elas existem. Os escorpiões gigantes, as harpias, as bruxas, os cavalos alados, todos sensacionais. A Medusa escorrega pelo chão com uma fluidez impressionante. O kraken, então, quando finalmente aparece, rouba a cena. Pena que são poucos os seus minutos roubando a cena. Ele simplesmente não aparece o tempo suficiente que precisava.
Outra reclamação, mas aí é coisa boba mesmo, é que Pégaso, o cavalo alado que Perseu monta, neste filme é preto. Sendo que em todas as outras adaptações da mitologia grega existentes ele é mostrado sendo branco, inclusive no filme original. Talvez fosse apenas para dar um destaque maior nele.
As lutas do filme são muito empolgantes e bem feitas, e deixa você prestando atenção no que acontecerá. O filme também possui algum humor, sendo a piada que envolve uma flauta a mais engraçada.
E para você que assistiu ao longa original, o filme faz uma referência à ele. Prepare-se para ver Bubo, a coruja, em uma pequena ponta. (Eu, como ainda não vi o original, não entendi a referência na hora).
O filme é muito divertido, muito inteligente e possui efeitos especiais de primeira. Sendo um grande fã da mitologia greco-romana, eu realmente recomendo que você assista a esse filme.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Robin Hood

Estou conseguindo voltar à ativa com o cinema. Quem sabe, mesmo atrasado, eu mantenha a média dos últimos dois anos.
Fui ao cinema ver a quinta parceria entre Ridley Scott e Russell Crowe. Curiosidade: os outros quatro filmes são Gladiador, Um Bom Ano, O Gângster e Rede de Mentiras.


Robin Hood (Robin Hood, 2010)
Direção: Ridley Scott
Histórias de origem estão na moda hoje em dia. Muitos filmes estão usando desse estilo. Pegue um personagem famoso e consagrado e conte como ele surgiu ou se tornou famoso.
É o que Ridley Scott faz aqui com Robin Hood, ou melhor, Robin Longstride, porque nesse filme ele ainda não é conhecido pelo seu famoso nome. Realmente uma história de origem.
Outra característica dessas histórias de origem é tornar tudo mais real. Ou seja, não espere um Robin Hood de roupa verde fazendo justiça. Aqui ele usa roupas tradicionais dos cavaleiros do final do século XII.
Na história, o verdadeiro rei da Inglaterra é morto e o novo rei não vê que a França pretende invadir o país. Robin é um habilidoso arqueiro voltando das Cruzadas que, junto com alguns companheiros, foge do comando dos reis (tanto do antigo quanto do novo) e assume a identidade de outra pessoa, o que trás boas e más situações.
Todas as características marcantes do personagem vão sendo reveladas ao longo da trama. Já sabemos que ele é um excelente arqueiro, descobrimos porque ele é de Nottingham, uma passagem o mostra roubando dos ricos e dando aos pobres, há uma referência aos órfãos e, no final do filme, é revelado o motivo de ele ser um fora da lei e de onde veio o nome Hood (que, sendo eu brasileiro e falante do português, não entendi realmente o motivo).
O filme é recheado de lutas muito bonitas, no melhor estilo épico, com espadas, escudos, flechas e cavalos. A cena da saraivada de flechas dos arqueiros é linda de se ver. E a cena onde Robin lança uma flecha em câmera lenta também.
Robin Hood é um bom filme que cria toda a história da lenda que todos conhecemos. Muito recomendado que você assista.
Quem será o próximo herói a ganhar uma origem no cinema?


domingo, 16 de maio de 2010

Os Goonies

Primeira crítica minha de um filme que não vi no cinema e nem em DVD. Essa é uma crítica de um filme que passou na TV. E é um clássico. E como todo bom clássico, eu não tinha assistido ainda.
Agora que o filme completará 25 anos, eu assisti.


Os Goonies (The Goonies, 1985)
Direção: Richard Donner
Esse é um dos filmes mais oitentistas que já vi. Só poderia ter sido feito nos anos 80 mesmo. Ele tem um quê daquela época.
É aventura a qualquer custo, piadinhas a todo momento, vários personagens, sendo cada um de um tipo diferente, e uma história bem fantasiosa. E o filme não procura explicar nenhuma das coisas fantásticas, elas simplesmente existem naquele universo.
Olhando de outra maneira, até parece um Indiana Jones com crianças feito para toda a família. E, na verdade, o filme foi escrito e produzido pelo próprio Steven Spielberg. É ele repetindo o que deu certo.
Na história um grupo de crianças acha um mapa do tesouro e saem à caça. No caminho eles enfrentam várias armadilhas malucas e uma família de bandidos que os perseguem.
Tudo no filme é bem absurdo, como as armadilhas de pedras que caem, um órgão de ossos a ser tocado, as invenções do chinesinho e muito mais. Os bandidos do filme não são malvados, são cômicos.
Um personagem que ficou muito famoso foi Sloth. Um monstro grande, forte e com cara deformada que os bandidos mantém acorrentado no porão. E que na verdade é bom, tanto que quando solto ajuda os meninos a escaparem de várias situações. Clássico ensinamento de "nunca julgar um livro pela capa".
O filme conta com um ritmo bem acelerado, pois o nível de pessoas em cena é sempre muito grande, e todas elas sempre estão fazendo alguma coisa. Cada personagem vai evoluindo ao longo da trama, e você vai se afeiçoando a eles.
Os Goonies é um clássico do cinema para toda a família, e é recomendado que você assista, pois trás momentos de muita diversão.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Que bairro é este?

15 dias sem postar nada aqui. A vocês (dois) que leem meu blog, perdoai-me.

Bem, quem me conhece sabe que falo bastante do bairro onde vivo e vivi minha vida inteira. Seja bem ou mal, sempre falo.
É um lugar pacato chamado Vila Palmares, em Santo André, nas divisas com São Bernardo e São Caetano do Sul.
Sua fama de lugar perigoso vem de tempos atrás. Um dos motivos são as favelas aqui localizadas: Quilombo I e II. Viu que original? São os Quilombos da Palmares! Haa!

Na verdade o lugar não é tudo o que dizem dele. E em 2007 fiz um poema parodiando um trecho da obra "Que país é este?" (não a música de Renato Russo, e sim um poema de um autor que não me lembro o nome no momento) para desmistificar e defender minha região.

Espero que gostem!

Que bairro é este?

Há tantos anos que moro na Palmares,
Há tantos anos que queimam corpos,
Há tantos anos que estupram mulheres,
Há tantos anos que roubam carteiras.

Há tantos anos que se diz:
Que o futuro a Deus pertence,
Que o que se faz é rezar,
Que os santos nos protejam,
Que do amanhã ninguém sabe,
Que com eles ninguém pode,
Que tudo isso é besteira.

Há tantos anos matam pretos e matam brancos,
E são tão violentos,
Que o bairro ganhou fama
De que lá só tem bandido.
Há pessoas honestas lá também,
Que ouvem histórias e já nem ligam.

Há tantos anos que é dito:
Que a Palmares é violenta
E que não vale a pena ir pra lá.
Mas tudo isso é mentira,
Lá é um bom lugar para se morar.

Este é um bairro sem igual,
E todos acham que lá não é legal
Mas te confesso que lá não é nada mal.

by DADS.