domingo, 27 de fevereiro de 2011

Os 10 melhores filmes de 2010

Ano passado foram só 5 filmes que eu escolhi. Mas como é 2010, mudei para 10, para combinar. Ou melhor, estou copiando o Oscar, com seus 10 indicados a Melhor Filme por ano.

Tá bom, é mentira. Desculpa esfarrapada. Eu mudei só porque, como eu vivia dizendo, sou muito indeciso. Escolher só 5 seria muito difícil.

E as regras também mudaram. Vou seguir o exemplo de alguns sites sobre cinema que eu acompanho e deixar as coisas mais fáceis. Afinal, se os distribuidores demoram a lançar as coisas no Brasil, não sou eu que tenho que correr para assistir tudo antes do tempo.
Sendo assim, a minha lista vai sair da lista de filmes lançados comercialmente no Brasil em 2010, que você pode conferir aqui, muito bem compilada pelo site Cinema com Rapadura.

De todos esses filmes, assisti somente 30 deles, sendo que 24 foram no cinema. Em 2009 eu vi 30 só no cinema, deixei cair a média. E, nesse ano que passou, eu vi 4 filmes repetidos no cinema, sendo que nos anos anteriores eu nunca havia visto um filme repetido nos cinemas.

Ou seja, praticamente vou escolher um terço dos filmes que eu assisti. Isso nem tem cara de melhores.
Tá bem, vou parar por aqui. É que eu adoro estatísticas.

Não há ordem de preferência, os filmes estão listados em ordem alfabética.
Os melhores filmes de 2010, para mim, são:

Disse que não conseguiria incluir Sherlock Holmes e Zumbilândia nesta lista, mas, com o novo sistema, eles entram nela merecidamente.
E, só para terminar, usando a ideia de menção honrosa do ano passado, um filme que é, originalmente, de 2010, e que, como estreou aqui na primeira semana de 2011, merece figurar nessa lista também.
Bom, é isso. Até o ano que vem com mais uma lista de melhores do ano. Talvez, até lá, sejam 15 ou 20.

Voltamos, agora, à nossa programação normal.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita

in.dô.mi.to - indomado, rebelde, bravio, corajoso. Ao manter o mesmo nome em português do filme original para este remake, muita gente ficou se perguntando o que seria "indômita". Eu, inclusive. O termo não é muito mais usado hoje em dia, aí pensei em trazer informação e cultura para vocês. Podem me agradecer.


Bravura Indômita (True Grit, 2010)
Direção: Joel e Ethan Coen
Apesar de eu dizer ali em cima que este é um remake do filme de mesmo nome de 1969, os Irmãos Coen não pensam assim. Para eles, essa é apenas uma nova adaptação do livro de Charles Portis que deu base ao outro filme também. Não importa, não vi o filme antigo, não tenho como comparar nada.
Hailee Steinfeld é Mattie Ross, menina de 14 anos que teve seu pai assassinado por Tom Chaney (Josh Brolin). Então ela contrata o federal Rooster Cogburn (Jeff Bridges) para capturá-lo. Na jornada, junto com eles, vai LaBoeuf (Matt Damon), um Texas Ranger.
E já que a sinopse fala dos atores do filme, vou aproveitar a deixa. Jeff Bridges é surpreendente como Cogburn. Tem um sotaque carregadíssimo, age realmente como um federal desleixado e bêbado. Se não fosse por Colin Firth e sua gagueira, apostaria nele para o Oscar de Melhor Ator, ao qual concorre. Mas quem eu realmente quero que vença é Hailee Steinfeld, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante. A menina dá um show de interpretação. Sempre determinada, inteligente, a típica adulta em corpo de menina. Mas não é por isso que ela deixa de ser uma menina às vezes. O filme é sobre a jornada dela de encontrar o assassino do pai, então por que atriz coadjuvante? Oras.
Mattie consegue negociar como ninguém. As cenas em que ela faz a cabeça de quem ela está negociando são demais. Bela atuação e belo roteiro, que mantém o filme sempre andando. E é interessante ver que naquela época pôneis custavam 10 dólares.
A construção de personagens é muito competente. Você realmente consegue enxergar o relacionamento que surge entre os personagens. Você entende porque Cogburn aceita a missão de Mattie, porque aceita que ela vá junto. Entende porque LaBeouf fica relutante, vai embora, volta.
De todos os Oscars em que o filme está concorrendo, acho todos merecidos. Além dos comentados acima, o filme tem ótima direção, roteiro (adaptado, óbvio), fotografia, direção de arte, edição de som, mixagem de som e figurino. Aliás, faroestes costumam ser bons nessas categorias técnicas, pelo simples fato de ter de reconstruir o mundo de um jeito que não existe mais, assim como os filmes de época, o que um faroeste não deixa de ser.
Terminando de um jeito bem emocionante e emocionado, digno de western dirigido pelos Coen, o filme pode não ser uma reviravolta no mundo do "bang-bang", mas é muito bem realizado e conta uma história muito boa. Ele merece ter sido indicado a Melhor Filme, mas talvez não mereça ganhar. Não porque é ruim, longe disso, mas porque há concorrentes mais fortes.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Zé Colmeia - O Filme

Filmes baseados em personagens criados pelos estúdios Hanna-Barbera são controversos. Já foram dois filmes sobre os Flintstones, dois sobre Scooby-Doo, e dizem que o de Josie e as Gatinhas é execrável. Mas eles não desistem e tentam mais uma vez.


Zé Colmeia - O Filme (Yogi Bear, 2010)
Direção: Eric Brevig
Flintstones, Scooby-Doo... agora que eles começaram a fazer filmes sobre os personagens de Hanna-Barbera, não dá mais para parar. E para não ficar muito tempo sem nenhum aparecer nas telas, chamaram Zé Colmeia (que, aliás, hoje em dia não possui mais acento por causa da reforma ortográfica. Os tempos mudam).
O Parque Jellystone vai ser fechado para gerar dinheiro para a cidade. Cabe a Zé Colmeia, Catatau, o Guarda Smith e uma jovem cineasta tentarem salvar o parque antes de seu trágico fim.
O roteiro deve ter sido escrito por algum estagiário que estava de folga por ali. Talvez nem fosse um estagiário de roteirista. Trama simples demais, personagens desinteressantes e reviravoltas tolas. O que se salva, por pouco, é o prefeito da cidade, que foi concebido para ser caricato mesmo e é divertido por ser absurdo.
De resto, o Guarda Smith é sempre o bom moço certinho, Anna Faris (de Todo Mundo em Pânico e suas continuações) é determinada ao extremo. Muito, muito unidimensionais.
As animações estão boas como eram as de Scooby-Doo em seus filmes, um pouco melhores, devido a melhorias com o tempo. A interação entre humanos e animações é muito convincente.
Durante todo o tempo o filme só conseguiu me fazer dar risadas de canto. Várias situações engraçadinhas e piadinhas que só te fazem esboçar um pequeno sorriso. Apenas uma piada me fez rir alto na sala de cinema: a piada do trem, que tem o final muito bom. E para citar mais um momento muito bom, há uma referência a Indiana Jones e o Templo da Perdição, envolvendo um bote salva-vidas.
Uma das graças do desenho era ver o urso tentar roubar as cestas de piquenique dos visitantes do parque. Aqui ele faz isso só no começo do filme. E essa parte do filme é a melhor. Depois ele para porque é criada a trama de fechamento do parque e ele tem que tentar ajudar (ou atrapalhar) o parque a continuar aberto. Nada mais de engenhocas para roubar cestas, só gracinhas de urso.
Deu certo uma vez, duas vezes, começou a falhar... talvez devessem ter deixado Zé Colmeia na gaveta de desenhos da Hanna-Barbera.
Aliás, Zé Colmeia saiu da gaveta pronto para falar. Como o urso fala nesse longa-metragem. Ele se sobressai em cima de todos os outros personagens. O ruim é que ele fala tanto, mas nem sempre é engraçado. Dá para rir, mas não é engraçado, tem diferença. O bom é que dá para ouvir bastante a voz do ídolo Guilherme Briggs, que faz uma dublagem excelente do Zé, inclusive fazendo o que mais sabe, incluindo palavras e expressões engraçadas ao personagem, tornando ele mais divertido. E faz lembrar a infância, é claro.
Talvez o melhor modo de assistir Zé Colmeia seja com uma criança pequena do lado. Ela provavelmente vai se divertir bastante com as trapalhadas dos dois ursos, com suas dancinhas, suas acrobacias, suas pancadas, e você acaba se divertindo por osmose. Sem uma criança, você tende a fazer como eu: quase deitei no cinema, apoiei a cabeça na poltrona ao lado e só acompanhei o urso sendo fofinho e esperando uma gracinha para rir de canto de boca.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei

Todos os indicados ao Oscar vão ser lançados nos cinemas brasileiros antes da premiação acontecer. Meio difícil de isso acontecer, mas lá vou eu tentar ver os indicados. Vi o com o maior número de indicações (12, no total) e entendi o porquê de tudo isso.


O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)
Direção: Tom Hooper
O filme conta uma história de superação, de um importante líder que enfrentava uma dificuldade e precisava superar isso para ficar melhor consigo mesmo e com seu povo. E a Academia adora uma história dessas.
Colin Firth é o futuro Rei George VI, pai da atual Rainha Elizabeth, filho do então Rei George V, e gago. Por conta desse problema que o impede de se manifestar em público, ele procura por tratamento e acha Lionel Logue, personagem de Geoffrey Rush, e os dois começam mais do que um tratamento, mas uma amizade.
O filme tem um roteiro seguro e planejado para que não haja erros, para que todos se identifiquem com o problema do personagem. E ajuda muito que seja uma história real. Quem não se emociona com uma. Está concorrendo a Melhor Roteiro Original, merecido. Uma história bonita, sem pontas soltas, sobre edificação e amizade.
Todos os personagens são muito bem construídos, tem personalidades marcantes, mesmo que seja um coadjuvante. Cada um servindo ao seu propósito dentro da trama do filme.
Os atores estão incríveis em seus papeis. Colin Firth atua espetacularmente, fazendo uma gagueira impressionante. Não é cômica, mas não deixa de dar aflição em quem está ouvindo. Você acredita que aquela pessoa tem problemas de fala, principalmente nas horas de nervosismo, em que ele engole e pigarreia e quase nada sai. Acho merecido ele levar o Oscar de Melhor Ator.
Os outros atores do filme, indicados nas categorias de Coadjuvante, estão igualmente bem. Geoffrey Rush está muito bom no papel de um homem que não vê o rei como alguém da nobreza, mas como uma pessoa normal, desde o momento em que começa a tratá-lo. Helena Bonham Carter está fazendo um papel comum, depois de todas as suas extravagâncias em filmes com seu marido Tim Burton e na série Harry Potter, e sim, ela prova que consegue fazer uma esposa preocupada e determinada que apoia seu marido em todas as decisões, querendo sempre o seu bem. Quanto a esses dois levarem o Oscar, não posso dizer nada. Completando o elenco tem Michael Gambon fazendo George V, em uma boa participação, Guy Pearce fazendo o irmão que deveria assumir o trono, mas que renuncia, e Timothy Spall fazendo Winston Churchill, e dizem que ele está caricato demais, mas não acho que apareça tanto para isso ser levado em conta.
Em relação a todos os outros Oscars que concorre, também são justos. O filme tem ótima fotografia, edição, direção de arte, figurino, trilha sonora. É um filme bastante bem feito, onde tudo ajuda na experiência maior que é ver esse filme.
Durante o filme Logue vai se tornando amigo de Bertie, o rei, e vai conseguindo curá-lo através de tratamentos diferenciados e, principalmente, por conhecer sua história de vida, ajudando-o emocionalmente. Você fica torcendo para que tudo dê certo no final, ou durante o próximo discurso que ele tenha que fazer.
O diretor Tom Hooper também está de parabéns por criar um filme tão cheio de emoção, de conflitos, de expectativas e, claro, superação. O filme é um pouco parado, mas de um jeito que ajuda totalmente a história, a entendermos todos os problemas que ele está nos passando, e não se torna chato. Inclusive, fiz uma analogia depois que assisti ao filme. Parece muito que o próprio filme gagueja. Ele para em uma parte e trava ali até passar cada informação, e você fica só se perguntando por que o filme não anda. De repente, algo acontece, ele solta uma informação e dá uma guinada e você se pergunta o que foi aquilo, o que aconteceu. Bem como Colin Firth empacando antes de uma palavra e depois conseguindo soltá-la.
O filme é um dos preferidos a levar o Oscar de Melhor Filme para casa. Não ficaria desapontado em ver isso acontecer. Realmente, o filme merece ser aclamado. Mas há muitos concorrentes fortes. Dos que eu vi, A Rede Social merece tanto quanto este filme. Depende se querem premiar um líder gago ou um gênio babaca.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Enrolados

Há tempos que eu não assistia a um filme da cronologia oficial da Disney no cinema. O último que vi foi Lilo & Stitch, em 2002. Ou seja, realmente faz tempo. Tive que consertar isso no 50º filme da Disney.


Enrolados (Tangled, 2010)
Direção: Nathan Greno e Byron Howard
Em uma jogada em que, provavelmente, foi tentado deixar um filme de princesa mais aceitável para os homens, a Disney deixou de lado o nome Rapunzel para colocar Enrolados. E deu mais destaque ao "príncipe" da história. Ela poderia não ter feito isso.
Rapunzel é uma garota que tem cabelos mágicos que podem tornar uma pessoa sempre jovem. Por isso, Gothel a mantém aprisionada em uma torre e finge ser sua mãe. Um dia, Flynn Rider, um ladrão precisando se esconder, escala a torre e a encontra. Então Rapunzel convence Flynn a libertá-la e conhecer o mundo.
Está parecendo que eu não gostei do filme, mas eu gostei muito. Só acho que uma típica história de princesa deveria continuar sendo dela. Ainda mais com uma princesa tão carismática quanto esta. Logo no começo do filme há uma narração de Flynn Rider nos contando que a história não é sobre ele. Mas é sobre os dois, igualmente. Tanto que a narração é dele.
O que me leva a falar sobre os personagens. Rapunzel, como eu já citei, é extremamente carismática, além de ter uma personalidade excelente, sendo meiga, engraçada, preocupada e muito mais. E também acho que é a princesa mais bonita das histórias da Disney (estou dizendo isso de um desenho animado!). Flynn foi concebido, nessa versão mais moderna do conto de fadas dos Irmãos Grimm, como um ladrão gente boa. Ele é um personagem bom, engraçado, mas que às vezes se sobressai um pouco. Acho que foi essa a abordagem para os garotos, fazer o personagem masculino aparecer bastante. Pascal, o camaleão de estimação de Rapunzel, é fofo como a Disney sabe fazer, e Maximus, o cavalo que procura por Flynn, é engraçado e determinado. Gothel faz um personagem que constantemente mente e desanima sua "filha", mas faz tudo isso com um sorriso no rosto e muita cara de pau. Uma vilã bem interessante.
Quanto ao nível da animação, a Disney evolui bastante sua animação computadorizada. Não chega ainda à excelência da Pixar, mas é muito boa. (Note que este não é um filme da Pixar, mas da própria Disney). Agora, um detalhe é realmente esplêndido: o cabelo de Rapunzel é extremamente bem animado, e parece muito real em todos os seus metros de comprimento. Palmas para os animadores.
O filme é bastante engraçado, muito por parte dos animais. Não que os humanos não sejam engraçados. A cena em que Rapunzel foge da torre e fica alternando entre felicidade e culpa é hilária. E o filme consegue fazer chorar também, há vários momentos em que se devem segurar as lágrimas. Ou não.
O veterano e mestre Alan Menken contribui mais uma vez com a Disney criando as músicas e a trilha sonora do filme, dessa vez acompanhado por Glenn Slater. Mais uma leva de músicas memoráveis, que conduzem a história brilhantemente através das partes musicais. Minhas preferidas são "I've Got a Dream" ("Um Sonho Eu Tenho") e a indicada ao Oscar de Melhor Canção Original, "I See The Light" ("Vejo Enfim a Luz Brilhar"). Espero realmente que ganhe.
E, chegando ao final do texto, a tão comentada polêmica de Luciano Huck dublando Flynn Rider. A dublagem é ruim, de fato. Estraga muito o que poderia ter sido um personagem maravilhoso em português. Luciano Huck não tem o menor talento para ator de vozes, e isso fica claro o filme inteiro. Sua voz não combina com o personagem, e todas suas falas parecem estar sendo lidas de um papel. É claro que estão, mas ele deixa isso transparecer. É a mesma entonação com qualquer frase, seja triste, seja alegre, sempre parece que ele está lendo um livro. Coloque isso do lado da dublagem de Rapunzel, feita pela excelente Sylvia Salustti, e você vê a diferença. Sylvia tem uma voz ótima e estudou canto lírico, ela cantando é maravilhoso. Para se ter uma ideia, ainda no mundo da Disney, ela faz Giselle, de Encantada, cantando. Graças a Deus Luciano Huck não canta no filme, é substituído por Raphael Rossato.
Enrolados faz jus por ser o 50º filme da Disney a ser lançado nesses mais de 70 anos de história. Um filme de princesa, assim como seu primeiro filme, Branca de Neve e os Sete Anões, mas com uma abordagem mais moderna, muito adequada e que funciona muito bem. Fãs da Disney, de animações ou de um bom filme, assistam.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sherlock Holmes

Sou muito fã de Sherlock Holmes e de tudo que envolve o nome do famoso detetive. Desde os fantásticos livros escritos por Sir Arthur Conan Doyle até as adaptações a outras mídias. E nunca que eu ia deixar de ver um filme como este.


Sherlock Holmes (Sherlock Holmes, 2009)
Direção: Guy Ritchie
Nada como desvendar um bom mistério. Isso é o que Sherlock Holmes poderia dizer, já que sua mente extremamente desenvolvida e funcional não aguenta ficar parada nem por um minuto. E se você não quer ficar no ócio também, recomendo fortemente esse filme.
Sherlock Holmes e seu ajudante e amigo Dr. Watson devem tentar desvendar o mistério de Lorde Blackwood, que parece ter ressuscitado dos mortos, e impedir que ele domine a Inglaterra.
É claro que esse filme de Sherlock Holmes é um pouco à moda de Hollywood, mas isso não faz diferença nenhuma no resultado final. Ele só é encaixado em um molde mais convencional. Nada que estrague os brilhantes métodos de dedução de Holmes. Até ajuda, na verdade.
Todas as características essenciais de Holmes estão presentes: sua incrível dedução lógica, seu cinismo, seu sarcasmo, seu senso de superioridade, seus vícios e sua habilidade no violino para manter sua mente ocupada. O que torna esse Sherlock Holmes tão bom e cativante quanto qualquer outra encarnação dele.
Aliás, a escolha de Robert Downey Jr. para o papel do detetive foi uma das mais acertadas. Vindo de papeis onde pôde demonstrar todo seu talento para comédias, como na franquia Homem de Ferro e em Trovão Tropical, Downey Jr. conferiu a um personagem tão intrigante e até desprezível um tom cômico genial que faz com que nos identifiquemos muito com ele.
O resto do elenco é tão bom quanto o próprio protagonista. Jude Law faz um Watson digno desse Sherlock Holmes mais ágil e versátil. Mark Strong intimida como o poderoso Lorde Blackwood, e é um ator que conta com uma lista de vilões em seu currículo para garantir isso, em Rock'n'Rolla - A Grande Roubada (filme anterior de Guy Ritchie) e depois em Kick-Ass - Quebrando Tudo, em Robin Hood e muitos outros. E Rachel McAdams completa o time principal interpretando Irene Adler, antiga conhecida de Holmes. Vale ressaltar ainda Eddie Marsan como o Inspetor Lestrade, importante personagem das histórias.
Da parte de solução de problemas, mistérios e enigmas, o filme é tudo o que eu esperava dele. Holmes usa sua lógica perfeitamente bem em todos os trechos do filme, mostra ter conhecimento em diversos assuntos e ser um mestre em deduzir complicadas soluções a partir dos menores detalhes. Consegue, por exemplo, deduzir onde a pessoa esteve a partir de suas roupas ou o caminho que a carruagem fez mesmo estando vendado.
E, apesar desse filme não seguir a história de nenhum livro ou conto oficial do detetive, ele é muito fiel aos fatos do personagem. Começando por Holmes ser um perito em lutas, artes marciais e afins, como mencionado em alguns livros. Também o fato de ele não usar o chapéu e capa que se tornaram suas marcas registradas, já que não há menção deles nos livros. Holmes também não usa a sua mais famosa frase, "Elementar, meu caro Watson", já que essa nunca foi dita em nenhum dos livros. O próprio Watson não é um gordinho bobo como é mais conhecido, mas sim um talentoso médico que lutou na guerra do Afeganistão e por isso tem um bom físico e inteligência. Até o fato de ele estar noivo é condizente com as histórias oficiais.
Dá para perceber o quanto eu gostei do filme. Realmente é muito inteligente, respeita os personagens e o universo criado por Conan Doyle e prepara o gancho para o mais famoso adversário de Holmes: o Professor Moriarty. Mal posso esperar pela continuação. Esse, definitivamente, me conquistou.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Grande Família - O Filme

Eu não ia nem escrever sobre esse filme, mas mais para o final dele eu vi que poderia reservar uns minutos e falar algo sobre ele. Foi por aí que ele me conquistou.


A Grande Família - O Filme (2007)
Direção: Maurício Farias
Para mim, muitos filmes brasileiros baseados em programas de TV parecem muito um episódio alongado do programa. Até os filmes que não são baseados parecem. Parecem sempre algo criado na TV e transportado para o cinema. Até aí esse filme é parecido.
Depois de se sentir mal, Lineu decide fazer um exame, mas não quer saber o resultado. Ao conviver com a dúvida, volta na vida dele um ex-namorado de Nenê, Carlinhos. Com isso, muita coisa acontece na família.
Nunca assisti o suficiente do seriado A Grande Família para poder fazer uma comparação entre filme e série. Mas o pouco que eu vi é bem parecido com o humor do filme, o que me garante mais ainda a teoria do "episódio estendido".
O filme, no começo, enquanto a história se desenrolava, confesso que não me empolgou. Parecia uma história comum. O que eu realmente gostei no filme foi do meio para o final, quando a história é recontada de uma maneira diferente, passando pelos mesmos arcos dramáticos em situações diferentes. Isso me conquistou, fez eu me interessar pelos motivos que fariam novamente Lineu e Nenê brigarem, Carlinhos levá-la ao baile e todas as sub-tramas que apoiam a trama principal com os outros personagens.
O elenco eu não precisaria nem citar aqui. A Grande Família sempre contou com um elenco excelente. Marco Nanini, Marieta Severo, Lúcio Mauro Filho, Pedro Cardoso, Andréa Beltrão, Guta Stresser e muito mais do elenco de sempre dando um show como sabem fazer, com as bem-vindas ajudas de Dira Paes como uma funcionária do escritório de Lineu e Paulo Betti como o ex Carlinhos.
Enfim, A Grande Família - O Filme me interessou por realmente parecer um episódio grande. Parece que o filme tem consciência disso, pois a narrativa da história é muito interessante e permite mais de uma história dentro da mesma. Você assiste uma vez e é como se já tivesse reassistido.


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Um Lugar Chamado Notting Hill

Como o cinema é povoado de um gênero considerado, na maioria das vezes, inofensivo: a comédia romântica. Histórias de romances, com uma pitada de comédia. Há algum tempo houve uma explosão desse gênero, que os ingleses fazem melhor que os americanos.


Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill, 1999)
Direção: Roger Michell
Esse filme conta com os queridinhos dos anos 90 do gênero comédia romântica. Tem um bom roteiro, uma boa história. É inglês, o que ajuda bastante.
No filme, Hugh Grant é William Thacker, um dono de livraria que, por acaso, um dia recebe a visita da grande atriz Anna Scott, vivida por Julia Roberts. Os dois se apaixonam e começa a jornada deles para tentarem ficar juntos, apesar das diferenças.
O filme é básico assim. Mas isso conquista. Afinal, é uma história simples, mas ao mesmo tempo difícil, pois todos sabem das diferenças existentes entre os mundos de cada um.
Vê-los tentar quebrar esse obstáculo que é a graça do filme. Em um momento Will precisa fingir ser um repórter para falar com Anna. Em outro momento, quando Anna dorme na casa de Will, eles são flagrados por milhares de fotógrafos.
O que leva a falar dos personagens coadjuvantes. O motivo de todos os paparazzi de Londres estarem em frente à casa é Spike, o personagem de Rhys Ifans, colega de quarto de Will que é um idiota completo. Ele é sujo, burro, não liga para nada. Mas continua sendo o amigo. E temos mais a família de Will e seus amigos para ajudar a levar a história. Afinal, a paixão de um homem deve ser apresentada à família. E há uma pequena participação de Alec Baldwin no filme, uma ponta não creditada. Boa.
Além de a trilha sonora do filme ser muito boa. Canções românticas embalando toda a história, com letras que ajudam a entender mais ainda cada momento. O filme é tão belo quanto a versão de She que Elvis Costello fez especialmente para este filme.
Garanto que você vai torcer para que eles consigam quebrar todas as barreiras que os impedem de ficar juntos. A garota famosa e o desconhecido merecem ficar juntos, o roteiro te convence disso. E isso é muito bom, um filme em que você acredita. Afinal, ela é só uma mulher, parada diante de um homem, pedindo para que este o ame. Recomendo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tiras em Apuros

Uma dupla de policiais, um branco e outro negro, são parceiros em um filme policial com várias pitadas de comédia. Não é muito anos 80?


Tiras em Apuros (Cop Out, 2010)
Direção: Kevin Smith
Esse filme tem um clima muito oitentista. Você olha para ele e vê toda a despretensão do roteiro, que preza pela comédia vinda de um veterano de filmes de ação e um comediante atual. E nada disso é ruim.
Bruce Willis é Jimmy Monroe e Tracy Morgan é Paul Hodges, dois policiais que são parceiros há 9 anos. Na trama, eles fazem besteira e são suspensos da polícia. Para pagar o casamento da filha, Monroe decide vender uma valiosa figurinha de beisebol, mas ocorre um assalto na loja na hora e os dois policiais vão atrás dos assaltantes.
O filme é bem engraçado. Eu já gostava do jeito engraçadão de Tracy Morgan, no pouco que eu vi do seriado Um Maluco na TV (ou 30 Rock, se preferir). Bruce Willis está bom nessa sua fase de filmes de comédia de ação, já que basicamente ele faz uma paródia de si mesmo.
Eu ainda não vi nenhum dos outros filmes de Kevin Smith. Uns dizem que ele é um grande diretor, outros dizem que ele não tem essa competência toda. Baseando por esse último filme dele, eu o achei um diretor bom, que fez um filme em que se possa rir.
A cena inicial, com Tracy Morgan interrogando um suspeito, agindo como o malvado e soltando referências a diversos outros filmes, é genial. Eu nem consegui pegar todas as referências, para se ter uma ideia. Tem Tubarão, ...E O Vento Levou, Planeta dos Macacos, Os Fantasmas Se Divertem, Star Wars, Scarface (simplesmente adorei essa!) e muito mais, inclusive a melhor de todas, referenciando Duro de Matar. E o filme inteiro continua referenciando diversos outros filmes, como parece ser o estilo de Kevin Smith.
Outro personagem que diverte muito é o de Seann William Scott. Nas partes em que aparece, ele faz rir bastante. E dá para ver que a maioria de suas cenas foi improvisada, o que sempre me conquista em qualquer filme, seriado ou o que seja.
Acho que só falta aqui falar da ação do filme, porque é óbvio que um filme desses precisa de um pouco de ação. E é claro que no meio de toda a ação há muita comédia, o que torna tudo muito mais legal nesse filme. Afinal, esse filme presta diversas homenagens aos filmes policiais da década de 80, principalmente os protagonizados por duplas. Inclusive, o filme é tão anos 80 que tem na trilha sonora o próprio Harold Faltermeyer, grande compositor de trilhas sonoras, responsável pela excelente trilha de Um Tira da Pesada, a música "Axel F" (por favor, procure por ela, você a conhece, tenho certeza).
Bruce Willis e Tracy Morgan formaram uma boa dupla, pelo menos no quesito comédia, e eu acho o filme divertido demais. Despretensioso como as comédias dos anos 80. Pena que Kevin Smith teve que mudar o nome do filme de A Couple of Dicks para Cop Out, senão já faria rir antes mesmo de começar o filme.