quinta-feira, 26 de maio de 2011

Thor

O Marvel Studios continua sua épica jornada de unir os super-heróis a qual tem direito, lançando seus filmes solos periodicamente até culminar na junção de todos em um único e espetacular filme. Como terminará essa aventura? Será o maior evento cinematográfico dos últimos tempos? Resta esperar.


Thor (Thor, 2011)
Direção: Kenneth Branagh
Todos estavam preocupados como a Marvel ia inserir o mundo místico e mágico dos deuses nórdicos ao seu universo que vem sendo construído nos filmes, bem tecnológico e terreno. Mas ela conseguiu, e muito bem.
Thor é o filho mimado de Odin, e está prestes a assumir o trono. Porém, Loki, seu irmão ciumento, arma para que ele seja banido para a Terra, onde deverá aprender a ser mais humilde antes de voltar a ter seus poderes místicos.
Primeiro de tudo, Thor é bastante shakespeariano. Um irmão ciumento que quer ter o poder dá um jeito para que o líder suma, sendo assim o herdeiro por direito, enganando a todos com sua maldade. Essa é a ideia por trás de Hamlet, de William Shakespeare. Para quem não está familiarizado com a literatura, basta se lembrar de O Rei Leão, que também se baseou na mesma ideia.
E, como o filme tem esse tom da história do famoso escritor inglês, nada melhor do que chamar um grande diretor conhecido por dirigir e atuar em peças e filmes sobre Shakespeare. Kenneth Branagh é especialista no assunto, e soube dar o tom certo a essa história de intrigas na família, mentiras e a posse de um trono. E ajudou a dar uma cara diferente a esse filme de super-herói.
O filme é diferente por ser um pouco mais pensativo que um filme desses seria. Ainda é recheado de boas cenas de luta, de ação e de efeitos especiais, mas também faz pensar e refletir, se tornando mais interessante.
Os atores estão representando muito bem seus papeis. Chris Hemsworth faz bem o papel de guerreiro ora mimado, ora perdido. Tom Hiddleston é um bom Loki, energético, misterioso e furioso ao mesmo tempo. Anthony Hopkins brilha como Odin, mesmo com pouco tempo para mostrar isso. Idris Elba faz um personagem que gostei muito também, o guardião da Ponte de Arco-Íris, Heimdallur.
No núcleo terráqueo do filme, Natalie Portman atua bem como sempre, dando profundidade a um personagem que podia facilmente ficar em segundo plano. Stellan Skarsgard e Kat Dennings fazem personagens normais, o primeiro mais importante e a segunda mais desnecessária.
Os efeitos especiais do filme, como já disse lá em cima, são espetaculares, uma verdadeira explosão de cores  e jatos mágicos. Asgard é muito bonita, com construções enormes que evocam à arquitetura antiga, com salões enormes e extremamente decorados.
A questão de explicar a magia no universo que era lógico foi muito bem resolvida. Todo o diálogo de "ciência e magia, de onde eu venho, são a mesma coisa" faz muito sentido, e a explicação de Thor para os universos que existem e como eles são ligados convence. Até é explicado que eles não são realmente deuses. É a Marvel provando que pode juntar todo mundo em algo que dê certo.
Mas ainda duas coisas no roteiro me deixaram meio chateado. O primeiro é o amor incondicional que surge entre Jane e Thor logo que se veem. Esse eu até perdoo, pois Jane é extremamente curiosa e louca por tudo que é "do espaço". O segundo é a redenção rápida demais do herói. Thor vaga todo confuso por nossas terras por bastante tempo, e, de repente, em um simples ato, se torna digno de portar seu martelo Mjolnir novamente. Muito rápido, muito forçado, poderia ter tido um desenvolvimento melhor nessa parte.
E falando no martelo, as lutas são demais. O estilo de Thor, lutando com o Mjolnir, e de seus companheiros de batalha são muito bons, criando uma luta elegante e efetiva.
E ainda há os famosos easter eggs e referências que ligam todos os filmes da Marvel, preparando tudo para Os Vingadores. O Agente Coulson, que aparece nos dois Homem de Ferro, ganha muito mais espaço aqui, inclusive referenciando Tony Stark quando o guardião de Asgard aparece na Terra. Há uma pequena ponta de Jeremy Renner com um arco e flecha, já preparando todos para o seu papel de Clint Barton, o Gavião Arqueiro. E ainda há a ponta de Stan Lee e fique até o fim para ver a cena pós-créditos, que começa a amarrar toda a trama.
No final, a Marvel está conseguindo produzir bons filmes. É fato que, os personagens estando em casa, é mais fácil criar filmes mais parecidos com os quadrinhos que todos conhecem. Thor está no mesmo nível de O Incrível Hulk, ambos são muito bons. Não melhores que os filmes do Homem de Ferro, por enquanto, que ainda acredito ser o carro-chefe do estúdio, mas definitivamente não desapontam. E Capitão América - O Primeiro Vingador já está chegando.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Velozes e Furiosos 5

"This is Brazil." Sinto lhe dizer, Vin Diesel, mas esse não é exatamente o nosso Brasil.


Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio (Fast Five, 2011)
Direção: Justin Lin
A franquia Velozes e Furiosos está querendo mudar. De rachas para assaltos, mas ainda com muitos carros. E visitam o Brasil com a típica visão deturpada americana. Mas que fica muito engraçado aqui.
Dom, Mia e Brian, depois dos eventos do último filme, partem para o Rio de Janeiro para se refugiar. Mas um empresário corrupto que domina a cidade quer vê-los mortos, então eles têm que se livrar desse problema.
A franquia, para mim, está se tornando cada vez melhor. O primeiro é a ideia inicial, sobre carros de corrida em rachas ilegais, apresentando os bons personagens de Vin Diesel, Paul Walker, Jordana Brewster e companhia. Somente Walker volta para o segundo, tornando o filme mais fraco, e ninguém volta para o terceiro, que tem o nome da franquia apenas para fazer dinheiro e por uma ponta minúscula de Vin no final.
A partir daí, quando percebem que o público perdeu o interesse na franquia, resolvem que tudo tem que começar de novo. Todos os atores resolvem retornar e o filme vira uma espécie de filme de corrida/assalto. E pretende continuar assim.
Para isso, mantém o mesmo diretor do terceiro filme para o quarto e este quinto, dando uma chance a ele de mudar a franquia que ele pegou no pior momento.
Os carros continuam sensacionais. Máquinas incríveis fazendo milhares de manobras no filme. E os efeitos especiais do filme são muito bons e bastante convincentes, basta conferir o clímax do filme, uma tremenda perseguição pelo Rio de Janeiro.
E falando na Cidade Maravilhosa, eu já tinha comentado no texto sobre Rio que eu entendo o porquê de até um brasileiro fazer um filme americanizado sobre o Brasil. Estereótipo não se muda de um dia para o outro. Usando o mesmo exemplo do texto de Rio, daquele episódio de Os Simpsons em que eles vêm ao Brasil, Velozes e Furiosos 5 parece muito mais com ele do que a animação de Carlos Saldanha. A questão é se você vai saber rir desses conceitos.
Afinal, porque eu nunca pensei em pegar o trem-bala que passa no meio do deserto entre Rio de Janeiro e São Paulo? Para eles é algo que pode existir aqui. Assim como praticamente todo habitante do país possuir armas e falarmos com sotaque porto-riquenho. E a maioria das falas em português foi redublada, certeza. Alguns falam tão bem que as palavras não parecem sair de suas bocas, e outros puxam para o espanhol nos diálogos. Único português autêntico é o de Jordana Brewster, filha de brasileira, que altera muito bem entre os dois idiomas. Mas me pergunto como Mia, a personagem dela, americana, sabe falar, e tão bem, o português.
Mas talvez a parte mais engraçada sobre nossa cultura seja o fato de que, em um racha entre os personagens, tocar a música Melô da Popozuda. Hilário. O diretor já afirmou que não sabia o que a letra significava quando escolheu a música para a cena, mas, para nós, ficou bastante engraçado.
Depois de discorrer sobre as características presentes (ou não) de nossa pátria nesse filme de subtítulo brasileiro péssimo, só acrescento que a entrada de The Rock (ou melhor, agora ele é Dwayne Johnson) na franquia foi muito bem vinda. Fazendo um policial linha dura, do tipo que traficantes armados até os dentes deixam entrar normalmente na favela e ainda sentem medo (mais risadas), ele e Vin Diesel travam uma luta espetacular, digna de dois gigantes como eles. E ainda há a volta de todos os personagens que já apareceram nos outros filmes para montar a gangue de ladrões. Ou seja, eles estão tentando amarrar tudo e garantir que Velozes e Furiosos 3 - Desafio em Tóquio não foi um desperdício de tempo. E estão conseguindo.

domingo, 15 de maio de 2011

Eu Sou o Número Quatro

Sabe quando você não sabe o que esperar do filme? Você vê o trailer, não te chama muito a atenção, aí ele entra em cartaz, você diz "vou ver esse filme" e sai do cinema bem feliz porque viu ele. Aconteceu isso com esse.


Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four, 2011)
Direção: D.J. Caruso
O filme é bom. Me surpreendeu. Eu achei que ele seria algo na linha de Crepúsculo quando vi o primeiro trailer. Jovens, colegial, poderes. Mas, por sorte, não é um desses subprodutos.
No filme, John é um dos nove habitantes de seu planeta que sobreviveu. Ele e seu protetor passam a vida se escondendo, porque alguém está eliminando os sobreviventes em ordem. Três já foram, John é o número quatro.
Vou falar aqui no começo o que eu só vi no final. Só fui ver nos créditos que esse filme é uma produção de Michael Bay, o diretor explosivo e frenético dos três Transformers e muito mais. Talvez a sua produção tenha tornado o filme melhor, tenha o feito sair desse esquema de filme de colegial, tenha adicionado um pouco mais de ação, que está boa no filme.
Mas claro que a direção também é boa. D.J. Caruso sabe fazer bons thrillers. Ainda não conferi Paranóia, mas já vi Controle Absoluto, que inclusive é com o mesmo Shia LaBeouf do outro filme, e garanto que ele sabe colocar os personagens para correr e para lidar com situações adversas com bastante ação.
Os personagens principais são bem representados. Alex Pettyfer faz bem seu papel, Timothy Olyphant faz um bom protetor. E o filme ainda tem a linda Dianna Agron fazendo o par romântico de John. É por isso que a raça dele só se apaixona uma vez.
O filme tem uma história interessante, adaptada bem do livro do qual ele foi baseado. A descoberta gradual dos poderes acontece bem, começando por aquelas luzes nas mãos que parecem insignificantes, mas que são bem interessantes, até outros mais poderosos. Os efeitos especiais são muito bons, tanto de poderes quanto de criaturas que aparecem no filme. Os Mogadorian, inimigos do filme, são bem feitos e representam uma boa ameaça.
A relação entre os personagens também é boa. John e Henri, seu protetor, agem como pai e filho forçados. Sarah e Sam são a mocinha do filme e o amigo que sempre quer ajudar, e Teresa Palmer chuta bundas quando aparece como a Número 6.
Espero que a franquia faça sucesso para vermos mais filmes daqui para frente. Ele é bem mais legal e tem bem mais potencial que A Bússola de Ouro, que deixou um gancho muito óbvio, exigindo uma continuação, e acabou não tendo o sucesso esperado, fazendo com que ficássemos sem o final da história. Eu quero continuar a ver o Número 4 por aí.


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Rio

O Brasil está ganhando uma superexposição internacional no cinema. Muitos e muitos filmes se passam no nosso país. Momento perfeito para o brasileiro Carlos Saldanha, diretor já consagrado lá fora, fazer uma animação sobre nós e sua cidade natal. Mas do jeito que lá fora gostariam de ver.


Rio (Rio, 2011)
Direção: Carlos Saldanha
Claro que um brasileiro conhece o Brasil, mas não acho que a intenção do diretor era fazer o filme extremamente fiel ao que se vê no nosso país. Ele tem que agradar todo o mundo, tem que ser agradável em todos os países.
Blu é uma arara azul que mora nos Estados Unidos, não sabe voar e é também o último macho da sua espécie. Ele e sua dona Linda então precisam viajar ao Brasil para encontrar a última fêmea. Aqui, as aves são raptadas, se perdem e conhecem a Cidade Maravilhosa.
Eu achei o filme espetacular, me surpreendeu bastante, pelas críticas que eu havia ouvido sobre ele. Apesar do filme apresentar os estereótipos brasileiros, ele tem uma boa dose de realidade que não se vê em produções americanas. Basta comparar com o episódio de Os Simpsons em que eles vêm ao Brasil. Qual dos dois é mais plausível?
O filme começa com a Baía de Guanabara, entrando na Mata Atlântica e mostrando os pássaros dançando ao som do samba. Um samba muito bom, aliás. A sequência inicial presta algumas homenagens à Disney na época da Política da Boa Vizinhança, em que fez filmes sobre a América do Sul como Alô Amigos e Você Já Foi à Bahia?. Os próprios pássaros sambando é um estereótipo cunhado pela Disney, e ainda há a paisagem parecida e até os corvos que, de início, parecem um cacho de bananas.
Toda a paisagem carioca é muito bela, criada fielmente a partir da real. Realmente parece que se está no Rio de Janeiro, com seus principais cartões postais recriados digitalmente, como o Pão de Açúcar, as calçadas de Copacabana, o Cristo Redentor e até as favelas e seus barracos.
A trilha sonora é sensacional. Composta de vários sambas e músicas que misturam instrumentos brasileiros usados no samba com outros estilos dançantes, a trilha surpreende e faz com que você entenda porque todos esses brasileiros do filme dançam samba a todo momento. A trilha foi composta em parceria com brasileiros, incluindo aí Carlinhos Brown, e ela é em português em vários momentos, na versão original. Há uma nova regravação do clássico Mas Que Nada, há um samba-enredo tradicional, uma mistura de samba com pop, outra mistura com rap e até um funk carioca.
Os personagens são extremamente bem construídos, fofos, engraçados e interessantes. Bem ao estilo de outros filmes da Blue Sky. Compare com a trilogia A Era do Gelo. A dublagem original é feita por grandes nomes da atuação, e não é à toa que muitos até são cantores, como Jamie Foxx, will.i.am, Jemaine Clement, pois o filme conta com músicas em vários momentos, mas não sendo essencialmente um musical ao estilo Disney, pois as músicas mais são momentos de expressão de sentimentos do que para contar a história em si. E sendo um grande fã de Flight of the Conchords, é muito bom ver que a música de Nigel, personagem de Jemaine Clement (um dos integrantes da banda de comédia), é bem ao estilo da banda e co-escrita por ele mesmo.
A dublagem brasileira é espetacular. Dirigida por um dos melhores dubladores do Brasil, Guilherme Briggs, que também faz a voz de Nigel, maravilhosamente bem, diga-se de passagem. Não deve nada à dublagem original de Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Leslie Mann, Tracy Morgan, George Lopez, Rodrigo Santoro e outros já citados aqui. Inclusive, Rodrigo Santoro faz a dublagem brasileira também, como o seu personagem Túlio, uma decisão esperta. A dublagem inclui várias expressões brasileiras que faz com que nos identifiquemos mais com o filme, e a tradução das músicas está muito boa, comparada, em qualidade, à tradução de músicas da Disney. A dublagem ainda conta com outros grandes nomes brasileiros como Alexandre Moreno, Mauro Ramos e Sylvia Sallusti.
A história é relativamente simples, mas não é ruim. É mais uma trama para fazer a história andar e poder mostrar todos os lugares do Rio, desde a praia até as favelas, da mata ao sambódromo. O filme é uma comédia, e tem personagens engraçados, bem ao estilo das animações da própria Blue Sky. Achei o filme tão bom quanto o carro-chefe da empresa, A Era do Gelo, e tem de tudo para se tornar a próxima cara da empresa. Por causa do personagem, poderia até virar Blu Sky Studios, não acham? Ou não.
Achei uma das melhores animações do ano até agora, com chances de concorrer ao Oscar, por questões políticas. Claro que o Brasil é representado como o país do samba, do futebol, das bundas e de pessoas que caem na farra. Mas quem ajudou a vender essa imagem para o mundo foram os próprios brasileiros, usando tudo isso como produto de exportação. Claro que não existem flamingos por aqui, nem macacos ladrões, mas a questão é que, mesmo o filme sendo dirigido por um brasileiro, ele é produzido por americanos, e eles não acham que o Brasil é do jeito que ele é de verdade, assim como, tenho quase certeza, os Estados Unidos não são exatamente o que vemos nos filmes.

domingo, 8 de maio de 2011

Água Para Elefantes

Sabe que, sem toda aquela maquiagem e (d)efeitos especiais, Robert Pattinson não é um ator ruim. Achei que ele poderia estragar um filme desses, mas até que ele faz sua parte direitinho. Falta saber se ele continuará assim.


Água Para Elefantes (Water for Elephants, 2011)
Direção: Francis Lawrence
Uma história bem bonita, uma ambientação linda, fotografia fantástica e uma elefanta. Se ela fosse a atriz principal seria demais.
O jovem Jacob Jankowski (Robert Pattinson) perde tudo depois da morte de seus pais e acaba entrando para o circo, onde acaba conquistando a confiança do dono e o amor da mulher dele.
O filme é muito bonito. O filme tem a capacidade de emocionar, com seus momentos de alegria e de tristeza, de felicidade e de desconfiança. O filme passa emoção ao mesmo tempo em que passa apreensão.
E quem diria que Robert Pattinson poderia fazer um papel bom. Ele não dá um show de atuação, mas não deixa o filme cair também. Para um personagem principal faltava um pouco de carisma, um pouco mais de expressão, talvez, mas ele faz um papel decente e mostra que está dando seus passos para ser mais que um ator de filmes adolescentes. E eu não posso reclamar de ninguém que já participou da Saga Harry Potter.
Reese Witherspoon é uma boa atriz, e faz bem o seu papel de Marlena, melhor que Robert. Mas a química entre eles é estranha, não deu tão certo quanto gostariam que desse. Você acredita por causa do filme, porque a história é interessante. Quem realmente faz uma atuação espetacular é Christoph Waltz, como August, o dono do circo e apresentador do espetáculo, marido de Marlena. Waltz consegue demonstrar crueldade, felicidade, remorso, desconfiança e qualquer outra emoção maravilhosamente bem. O melhor personagem, talvez porque tenha ficado com o melhor ator do filme. E para completar, Hal Holbrook faz uma atuação muito boa no pouco tempo de tela que tem, fazendo Jacob velho, contando sua história. Sua fala final, que é a do filme também, emociona.
O diretor do filme conduz a trama muito bem. Mesmo com suas duas horas de duração, o filme não é arrastado e te mantém interessado em cada reviravolta que acontece. Tudo isso auxiliado pelas locações muito belas e a fotografia maravilhosa do filme, que eu gostaria que, pelo menos, concorresse ao Oscar.
O diretor Francis Lawrence, vindo da direção de videoclipes, estreou com o bom filme Constantine e depois fez o melhor ainda Eu Sou a Lenda. Sendo assim, tem, junto com esse, três filmes muito bons no currículo. E é engraçado ver como os personagens principais dos três filmes compartilham certa similaridade, por serem personagens distantes e, cada um à sua maneira, solitários. O diretor também consegue sempre trabalhar com atores que estejam em alta no momento, conseguindo Keanu Reeves para sua estreia em 2005, Will Smith para o filme de 2008 e agora o queridinho do momento Robert Pattinson. Sinal de que ele tem qualidade.
Os animais do filme dão um show. Vendo-os fazerem o espetáculo parece que se está em um circo de verdade. E destaque, claro, para o motivo do título do filme, a elefanta Rosie. Encantando desde o momento em que aparece pela primeira vez na tela, você sente suas alegrias, suas tristezas, e aposto que você vai querer berrar em determinada cena do filme, envolvendo ela e August.
Adaptado de um livro, o filme transpõe muito bem para o cinema, com uma história tocante sobre um jovem sem nada que acaba achando a felicidade e a vida ao entrar em um trem, que se torna sua casa. Entre nesse trem por essas duas horas e garanto que você vai rir, chorar, se emocionar e esperar pelo melhor, e quando ele chegar à próxima estação, você sairá satisfeito com o maior espetáculo da Terra.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Hop - Rebelde Sem Páscoa

Produção da Illumination Entertainment, que estreou com Meu Malvado Favorito, mas em uma mistura de animação e live-action. E com um ator que, mesmo não tendo filmes dele ainda, tem cara de ser muito engraçado. Tem qualidade, mas podia ter bem mais. E esse subtítulo brasileiro?


Hop - Rebelde Sem Páscoa (Hop, 2011)
Direção: Tim Hill
Não assisti ainda a Alvin e os Esquilos, mas já assisti Garfield 2. Ambos são do diretor desse filme, e pelo o que eu vi, é um diretor com experiência e que sabe fazer filmes que misturam real e virtual. E essa parte é boa.
Jr. é o sucessor de seu pai, o Coelho da Páscoa. Mas ele não quer seguir a tradição da família e quer virar baterista. Então ele foge e vai parar no nosso mundo, encontrando Fred Lebre (James Marsden) no caminho.
Traduzir o sobrenome O'Hare para Lebre foi uma boa escolha. Não fica esquisito e continua o mesmo trocadilho do original. Mas traduzir o nome do personagem principal de E.B. (as iniciais de Easter Bunny, Coelho da Páscoa em inglês) para Jr. não foi tão feliz. Continua sendo um nome de duas letras, mas perde um pouco da piada. Que fosse C.P., eu gostaria mais.
A história em si é bem simples, mas que encanta e faz o filme resistir durante todo o tempo, contando com personagens encantadores com uma das melhores animações dos últimos tempos. A interação entre personagens reais e criados em computador é sensacional, é quase imperceptível, o que ajuda muito em acreditar que tudo aquilo está realmente acontecendo.
A fábrica da Páscoa é tão viva e tão cheia de detalhes e coisas funcionando que se torna uma das melhores locações do filme, mesmo não sendo real. É um fantástico real, do tipo que a gente sabe que não pode existir, mas que adoraria que existisse.
Sobre os atores de carne e osso, James Marsden está bem como em seus papeis anteriores, o Ciclope na trilogia X-Men e o Príncipe Edward de Encantada. Gosto dele. Kaley Cuoco faz a função de coadjuvante que apenas auxilia, portanto está boa. O pai de Fred, interpretado por Gary Cole, é muito divertido. Sua cara de constante desaprovação e decepção com o filho é muito boa, e ele a mantém o filme inteiro.
A dublagem brasileira é excelente, tanto dos atores reais mas especialmente dos personagens animados. É difícil ver uma dublagem brasileira ruim de desenho. Não deve nada aos dubladores originais do filme, Russell Brand, Hugh Laurie e Hank Azaria, por melhores que eles sejam.
Aliás, a personalidade de Jr. deve ter sido criada (ou pelo menos completada) pela própria personalidade de Russell Brand. Ele deve ter dado uma improvisada nas gravações ou colocou seu estilo no coelho, pois eles têm algo em comum um com o outro, na velocidade da fala ou no ritmo das piadas. Isso tornou o personagem muito mais legal. Há ainda uma ponta do Russell Brand real no filme, interagindo com Jr., criando uma boa piada no filme.
E eu não entendo porque muitos lugares tentam vender o filme como um filme de criança. Sim, é engraçadinho, tem personagens fofinhos, piadas simples, na maioria das vezes, mas ao mesmo tempo tem referências a outros filmes, temáticas adultas e muito mais. Ou alguém acha que uma criança vai entender a piada da Mansão da Playboy?
Há, ainda, a participação especial de David Hasselhoff, que faz uma ponta muito boa como ele mesmo sendo um caça-talento, ao estilo de American Idol. E ainda ele garante a que seja, talvez, a melhor piada do filme.
Os pintinhos desse filme têm certa semelhança com os minions de Meu Malvado Favorito, e tinham de tudo para ser tão engraçados quanto eles, mas mesmo assim eles divertem bastante. O filme, de Páscoa, faz referência a alguns clichês de filmes de Natal, como os coelhos entregarem ovos de páscoa na noite de Páscoa em um trenó puxado pelos pintinhos, e ainda uma referência no final do filme ao clássico cumprimento de Natal. Com tudo isso, o filme tinha potencial para ser muito bom, mas é convincente e agradável.
No fim das contas, é um filme que diverte toda a família. Adultos, crianças, adolescentes, todos vão se identificar com algo no filme. Afinal, o filme é engraçado, bonito e no estilo de um filme de família tradicional. Não precisa pensar duas vezes antes de assistir, pois você não sai sem rir.