quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A Rede Social

As redes sociais já são parte da nossa vida, elas são um sucesso. Elas dominaram a internet, e agora dominaram os cinemas também. Desculpe, eu tive que fazer esse trocadilho. Antes que dê tempo de eu fazer outro, vou começar logo o texto.


A Rede Social (The Social Network, 2010)
Direção: David Fincher
Algumas pessoas se perguntam como um filme sobre a criação do Facebook poderia ser bom. Bem, a resposta é simples: o filme não foca na criação do Facebook, e sim no seu criador e nos processos que este teve que enfrentar.
Mark Zuckerberg é um nerd que inventa, enquanto estuda em Harvard, o famoso Facebook junto com o seu amigo brasileiro Eduardo Saverin. A partir daí eles enfrentam o sucesso e processos enquanto tentam progredir.
O filme é magnífico. A personalidade de Mark, interpretado por Jesse Eisenberg muito bem, é a graça de todo o filme. Ele é um gênio, é sarcástico, acha que ninguém merece sua atenção e pensa ser o melhor do mundo. Com isso ele vai ofendendo todas as pessoas à sua volta, e não tem um amigo sequer, a não ser Eduardo (chamado de Wardo por ele, belo apelido), interpretado por Andrew Garfield. Sempre tem um brasileiro metido nas histórias.
Eisenberg solta todas as suas falas numa velocidade absurda, caracterizando o pensamento extremamente rápido de Zuckerberg. Ele dá bastante vida ao personagem, fazendo dele uma pessoa que você vai amar odiar.
Depois de ser tão babaca a ponto de fazer sua namorada terminar com ele, Mark cria, por vingança, um site em que se pode escolher a mais bonita entre duas alunas do campus. Aliás, a cena em que ele está criando o tal site é muito boa, com uma festa rolando enquanto mostra ele hackeando os computadores dos alojamentos de Harvard, narrando suas artimanhas para fazer isso.
Ao ser procurado, por causa do sucesso que o site teve na universidade, pelos gêmeos Winklevoss, ambos interpretados por Armie Hammer muito bem, para fazer uma rede social exclusiva para os alunos de Harvard, Mark tem a ideia para criar o "thefacebook", como era chamado no começo. Isso leva a um dos dois processos que ele enfrenta no filme, o de roubo de propriedade intelectual pelos gêmeos.
Então surge Sean Parker, o criador falido do Napster interpretado por Justin Timberlake, também muito bem. Ele começa a dar várias ideias para aumentar a popularidade do Facebook, o que agrada Mark, mas não a Eduardo, o que, eventualmente, leva ao processo que Saverin abriu contra seu melhor amigo Zuckerberg.
O filme é contado em uma ordem não cronológica, entre o julgamento dos processos e flashbacks explicativos, inclusive mudando bastante de um para outro, às vezes apenas o tempo necessário de um personagem dizer apenas uma fala antes de voltar para a outra linha narrativa. Uma maneira muito interessante de se contar a história do filme e uma ideia acertada, visando o melhor entendimento de toda a história da criação.
Com uma bela direção, roteiro e atuações, o filme sempre te mantém interessado, sempre conduzindo bem a história e sendo bem engraçado, em parte pela personalidade do protagonista. Um filme excelente que, mais do que contar simplesmente a história da criação do Facebook, conta a história de uma pessoa com uma personalidade difícil e todos os problemas que ela passou. Assista.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Megamente

Há tempos que a DreamWorks percebeu que não pode competir com a Pixar e suas histórias fantásticas que despertam as emoções de todo mundo. Por isso ela decidiu seguir outra linha, sendo mais paródica, satírica e simplesmente divertida e engraçada. Prova disso é esse filme.


Megamente (Megamind, 2010)
Direção: Tom McGrath
O filme brinca com os conceitos de toda história de super-herói. O vilão é mau porque é mau, o herói é bom porque é bom, o vilão quer destruir o herói, mas nunca consegue. E se isso mudasse?
Megamente é um super-vilão que consegue realizar o seu maior sonho: destruir seu rival Metro Man. Depois disso, ele vê que sua vida não tem mais sentido, e cria um novo herói para combater, Titan.
O filme é bem inteligente, fazendo todas as referências às histórias de super-heróis. O filme presta grandes homenagens: Metro Man é Superman escrito: pomposo e bom até a espinha. Enquanto Megamente é a personificação de Lex Luthor: muito inteligente, mas que usa isso para o mau. A paródia começa com os pais de ambos os personagens os enviando à Terra antes de seus planetas serem destruídos. Megamente cai em uma prisão e aprende a ser um vilão. Há ainda a figura da jornalista que é sempre salva pelo herói.
O filme inverte a história clássica e faz do vilão o novo herói, aquele que conquista a mocinha e salva o mundo, enquanto Titan usa seus poderes de herói para causar destruição e se divertir. O filme é inteligente ao mostrar que, se algum dia o vilão derrotasse o herói, não haveria mais nenhuma história para ser contada, não haveria o ciclo contínuo de vitórias e derrotas para sustentar os personagens.
Ainda na galeria de personagens temos o divertido Criado, o peixe de Megamente em um corpo robótico de gorila, e Bernard, curador do Museu do Metro Man, que Megamente rouba a identidade para poder sair com a jornalista Rosana Rocha.
Uma coisa que me agrada no filme é o seu exagero e a absurdidade. A cidade é simplesmente destruída toda hora, Megamente tem todos os tipos de armas, aparelhos e tecnologias e tudo isso é normal. Ver alguém arremessando um prédio em outro é algo que eu sempre gosto de ver. E ainda Megamente tem a mania de errar diversas palavras, algo bem divertido.
O filme contém também diversas referências nerds que garantem mais diversão. Além das referências a Superman já citadas, quando Megamente vai treinar Titan para ser um herói, ele assume a forma de Marlon Brando no filme original e diz ser seu pai do espaço. O filme ainda faz brincadeiras com outros super-heróis como X-Men, Capitão América e Lanterna Verde. Há ainda homenagens a Karatê Kid e Donkey Kong (acredite, você vai reconhecê-las).
A trilha sonora do filme é excelente, com grandes artistas como Guns n' Roses, Ozzy Osbourne, AC/DC, George Thorogood, ELO, Michael Jackson, Elvis Presley e até Minnie Riperton, com a sua Lovin' You. E o melhor de tudo é que as músicas não são apenas jogadas no filme, elas combinam bem com o momento e os personagens.
Um roteiro bem inteligente, com bastante humor, paródia e vários motivos para te fazer gargalhar. Bem como a DreamWorks gosta de fazer. Imperdível.


sábado, 11 de dezembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

Esse é post de número 50, que felicidade. 50 posts em quase um ano de vida. E esse momento veio justo agora. A crítica de Harry Potter. Sou extremamente fã de Harry Potter. Já li cada livro 4 vezes (menos o último, esse só foram 3 vezes) e já vi inúmeras vezes cada filme. Vi Relíquias da Morte agora pela primeira vez. Já digo que esse post vai ser um pouco mais comprido e detalhado do que meus outros posts. Harry Potter merece uma crítica especial.
Aviso: talvez esse texto contenha alguns spoilers, leia por sua conta e risco.


Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1, 2010)
Direção: David Yates
Este último filme é um filme maravilhoso. De todos os aspectos possíveis: como filme, como adaptação, como história, quanto à fidelidade. Uma obra de arte a todos os fãs e não-fãs da série.
Na história, Lord Voldemort domina o Ministério da Magia e ameaça a segurança de tudo e todos. Então Harry, Rony e Hermione partem em uma busca solitária para achar e destruir as Horcruxes, objetos que contém pedaços da alma de Voldemort, para então poder destruí-lo.
Difícil resumir a história em um parágrafo, mas está aí. E é preciso ser comentado do ponto em que eles decidiram dividir o filme. Foi perfeito, muito bem acertado. Sem querer entregar nada, foi em um momento tanto triste quanto dramático.
Sobre o filme, fiquei impressionado com a qualidade. Efeitos surpreendentes, como em todos os filmes da série, um roteiro bem bom, os atores cada vez melhores. Tudo o que eles deixaram de lado em filmes anteriores (por não saberem o final da história, na época ainda não escrita por J. K. Rowling) eles conseguiram explicar neste filme.
Ele tem um ritmo diferente dos outros, por ter o tempo de um filme normal da série para contar metade do último livro. Ele detalha melhor a história, não corre com os assuntos e permite as jornadas do grupo, onde eles estão sozinhos, serem mais reais e dramáticas. O filme possui poucas cenas de ação, focando na viagem do grupo, mas quando elas acontecem são sensacionais.
Destaque para Radcliffe fazendo vários de si mesmo e aos caminhos que arrumaram para poder explicar a história de um jeito que quem não lê os livros entenda. E, principalmente, à animação que fizeram para contar a história das Relíquias da Morte. Enquanto Hermione lê a história, essa animação surge, ilustrando-a toda. É uma animação bem original, estilizada e bem feita o suficiente para que todos a entendam. Uma bela adição ao filme, que ficou mais rico com tal recurso. Como fã, não tenho do que reclamar e recomendo: corram agora e assistam.
Claro que algumas coisas, mesmo com o tempo estendido ou a maior fidelidade, tiveram que ficar de fora. Muito por culpa de explicações ou aparições que não existiram nos filmes passados, mas que nada estragam a história no geral. Coisas como não ter Vítor Krum no casamento, sem o plano do vampiro disfarçado de Rony doente. O rádio está sempre presente, mas não se menciona o Observatório Potter.
Em questão de magia, não é introduzido o Tabu, e eles não são descobertos por usarem o nome de Voldemort, mas por voltarem ao mesmo local onde estavam e terem Saqueadores esperando por eles. Nunca foi introduzido também o Feitiço Fidelius, então eles ficam no Largo Grimmauld número 13 sem ninguém perturbá-los, e têm que fugir quando um Comensal se agarra neles na fuga do Ministério. E como eles gostam de quebrar o Estatuto de Sigilo aos Trouxas, levando a Batalha dos 7 Potters para as ruas e no meio do trânsito, e fazendo quase tudo que fazem ao ar livre. Claro que isso é mais cinematográfico, essa é a decisão de se fazer isso.
Cortaram os fugitivos que a turma ouve conversando do lado de fora da barraca e onde sabem de muitas informações e também o quadro do Diretor Black, fonte de informações e que faz a corça patrono chegar até eles. Lupin também não pediu para acompanhar o trio para se ver livre de suas preocupações como pai, algo que eu adoraria ver no cinema.
Achei que David Yates ia se redimir depois de não ter mostrado os Dursley no filme passado, principalmente nesta história em que Duda prova gostar um pouco de Harry e lhe aperta a mão antes de partir, mas os Dursley tiveram uma aparição rapidíssima, arrumando as coisas no carro. Não foi uma boa despedida.
Além do mais, Harry não pega o olho de Olho-Tonto de volta da porta da Umbrigde, muito menos lê alguma parte de As Vidas e Mentiras de Alvo Dumbledore. Espero que ele faça esse último na última parte, para ele poder duvidar se realmente conhecia o diretor. Também não pareceu que Pio Thicknesse estava sobre o controle da Maldição Imperius, e parecia estar contribuindo de boa vontade com Voldemort, virando novo Ministro da Magia. Harry também não se questiona e nem incomoda os outros pelo motivo de sua varinha ter agido sozinho contra Voldemort, apesar de isso ter ficado claro em cena. A história do Pomo de Ouro foi pouco explicada e o caco do espelho de Sirius não foi nada explicado, simplesmente entrando no filme sem ninguém entender. É um objeto tão importante e nenhuma explicação..
Não houve explicação também (isso é mais culpa do filme anterior) de quais são os objetos que foram transformados em Horcruxes. Parece mais que eles terão que adivinhar o que são.
Um dos maiores conflitos morais do livro não é mostrado no filme, a morte de Rabicho. Ele foi morto por sentir remorso. No filme ele é apenas incapacitado. Monstro não dá a sua famosa paulada em Mundundo Fletcher, que, aliás, foi introduzido neste filme. O filme mostrou bem pouco também de Gregorovitch e Grindelwald, assim como cortaram toda a história de Régulo Black, o RAB, e a carta da mãe de Harry no quarto do padrinho.
No livro, há quatro momentos em que se usa a Poção Polissuco. No filme foram diminuídas para duas. Harry é ele mesmo tanto no casamento quanto na sua visita a Godric's Hollow. Claro que o motivo é poder ter os próprios atores demonstrando as emoções ao verem o túmulo dos pais de Harry, e a desculpa usada no filme é: "Eu não viria a esse lugar como outra pessoa". Decisão acertada. Ainda, bela atuação de Daniel Radcliffe ao interpretar o jeito dos outros seis personagens que se disfarçam de Harry Potters.
Porém, não achem que isso são reclamações, são apenas anotações. O filme está fabuloso e, em alguns momentos, eles arrumaram saídas ótimas, como Edwiges morrendo por voltar para defender Harry, e isso sendo o fato que denunciou que ele era o verdadeiro, e não o uso do Expeliarmus, que quem acompanha só pelos filmes não entenderia direito. A cena de dança entre Harry e Hermione é linda e só contribui para o filme, mostrando os dois amigos tentando superar aquele momento difícil em que Rony partiu. E o que dizer da já menciona animação das Relíquias da Morte, totalmente original e bem feita.
Eu, como fã, precisava fazer um relato detalhado desses fatos. Não pense que cada coisa que apontei no texto são falhas, pelo contrário, são apenas coisas que eu gostaria de ver no filme, mas que precisavam ser cortadas, assim como nos filmes anteriores, ou coisas que aplaudi a mudança. No final, é o melhor filme de Harry Potter até o momento. E como a parte final faz parte, no todo, de um mesmo filme, já sei que a parte final do capítulo final será genial. No aguardo, ansioso.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

RED

"Precisamos de mais um filme de ação, mas já existem tantos por aí, vai ser mais um genérico. Já sei, olha essa HQ aqui, nela os personagens são velhos aposentados da CIA. Não é perfeito? Velhinhos em um filme de ação. Isso vai dar certo." Isso deve ter pensado os executivos de Hollywood ao fazer RED. E deu certo.


RED - Aposentados e Perigosos (RED, 2010)
Direção: Robert Schwentke
É um filme bem engraçado e cheio de cenas de ação. Tem vários astros bons de meia idade. Tem bastante coisa que faz você ver o filme.
No filme Bruce Willis faz Frank Moses, um ex-agente da CIA aposentado que gosta da funcionária que cuida de sua aposentadoria, Sarah. Quando alguém tenta matá-lo, Frank e Sarah devem fugir, e ele junta sua equipe dos velhos tempos para cuidar do assunto.
O filme conta com boas cenas de ação, boas cenas de humor, boas atuações. Bruce Willis está se especializando em fazer agentes e policiais velhos. Aqui ele é um ex-agente que ainda consegue fazer muita coisa. Bom como sempre. Ainda temos Morgan Freeman, em mais uma boa atuação.
Meus destaques vão para John Malkovich e Helen Mirren. O primeiro faz um agente pirado, que acredita em algumas teorias da conspiração e traz bastante alívio cômico ao filme. Aliás, seu porquinho de pelúcia deixa as coisas mais engraçadas e se torna uma grande surpresa. Helen Mirren está muito boa no papel de uma agente e... quem não gosta de ver Helen Mirren atirando com uma metralhadora?
Completando o time de personagens temos Mary-Louise Parker fazendo o interesse amoroso de Bruce Willis, Karl Urban como o agente que persegue Frank na história, Brian Cox interpretando um russo e Ernest Borgnine como o zelador dos arquivos da CIA.
Explicando o nome do filme, todos esses agentes aposentados fazem parte do grupo da CIA chamado RED, ou Retired Extremely Dangerous (Aposentados Extremamente Perigosos), e o subtítulo nacional tenta explicar um pouco isso.
Com um elenco estrelado desses, não fica difícil fazer um bom filme. O filme conta com humor em praticamente todos os momentos, sem deixar a ação de lado. Cenas como Bruce Willis saindo de um carro em movimento como se estivesse saindo de um parado, ou uma bala que acerta um míssil e faz ele explodir em pleno ar são apenas alguns exemplos disso. Há uma cena também onde metralham a casa de Bruce Willis e a destroem.
Com todas essas características ditas, me resta recomendar o filme a todos assistirem. É um filme bem divertido que deve agradar a todos.


O Iluminado

Finalmente eu assisti a um filme de Stanley Kubrick. Eu tenho esse defeito de ser um grande fã de cinema e não ter assistido a muitos clássicos. Estou tentando consertar isso, e ver um filme de Kubrick é fundamental.


O Iluminado (The Shining, 1980)
Direção: Stanley Kubrick
Adaptação de um livro de Stephen King. Assim como tudo parece ser adaptação de um dos livros dele. Feita por um grande diretor. Um filme muito bom.
No filme, Jack Nicholson é Jack Torrance, um homem que se muda com a família e vai trabalhar em um hotel como zelador de inverno. Por causa da solidão e por visões dos fantasmas do hotel, ele vai ficando cada vez mais louco.
O filme é conduzido de maneira brilhante. Cheio de letreiros para mostrar a passagem de tempo, ele acompanha a vida das três pessoas sozinhas durante bastante tempo. A trilha sonora combina bem com toda a ambientação, subindo e descendo a cada problema ou a cada suspense.
O filme tem todo seu suspense feito de maneira simples, e usa bastante a grande atuação de seus atores para conseguir o melhor resultado. São cenas de aparições, visões e muito mais, como o barman, a mulher da banheira, as gêmeas filhas do zelador anterior.
O Iluminado do título vem do poder do garoto, filho de Jack, que pode ver as coisas que aconteceram no passado, visões e conversa com alguém que não se vê.
Jack Nicholson é um ótimo ator. Vê-lo indo de um simpático pai de família até um louco alucinado é maravilhoso. Ele compõe seu personagem de um jeito fantástico. E no final ainda tem uma das frases mais famosas do cinema, após ele quebrar uma porta com um machado: "Here's Johnny!"
O filme é bem dirigido, bem escrito, bem atuado e bem bom. Definitivamente um filme para ser visto, mesmo para quem não gosta muito do estilo. Eu sou assim e gostei.


sábado, 4 de dezembro de 2010

Sin City

Robert Rodriguez adaptando uma história em quadrinhos de Frank Miller com a ajuda dele na direção. Um filme todo digital, quase todo preto e branco e muito bem falado por muita gente. Só pode ser a cidade do pecado.


Sin City - A Cidade do Pecado (Sin City, 2005)
Direção: Robert Rodriguez e Frank Miller
Diretor convidado: Quentin Tarantino
Sin City começa com uma cena que transmite muito bem o clima do filme: narração em off, o clima noir, o filme em preto e branco, mas com o detalhe do vestido vermelho da mulher, uma pitada de amor e, de repente, morte. É uma história isolada das demais que parece dizer como será o filme daqui em diante.
No filme somos apresentados a três histórias, que não tem muita ligação uma com as outras, a não ser alguns dos personagens principais de umas aparecendo como coadjuvantes em outras.
A primeira história é dividida em duas partes. A primeira no começo do filme e a segunda ao fim. Ela conta a história de Hartigan, policial interpretado por Bruce Willis, que faz de tudo para salvar uma pequena garotinha do pedófilo estuprador interpretado por Nick Stahl. Ele desfigura o cara e quase morre. De repente o homem está com aparência de demônio e amarelo, e a menininha cresceu e virou a Jessica Alba. Destaque para Bruce Willis assumindo sua idade, fazendo um policial decadente.
Na segunda história, Mickey Rourke interpreta Marv, um brutamonte que ganha o carinho de uma prostituta, que acaba sendo assassinada, e Marv jura vingança. Sua busca o leva até um canibal interpretado por Elijah Wood. Sim, um canibal. E o quanto Marv apanha não está escrito.
A terceira história gira em torno do personagem de Clive Owen, Dwight, que persegue o rude Jackie Boy (Benicio Del Toro) e o mata. Isso gera conflito entre a polícia e as prostitutas, que sempre tiveram o controle e usavam a força para comandar o Centro Velho. Essa parte que contem a única cena dirigida por Quentin Tarantino: é a cena em que Dwight e Jackie Boy, morto, estão em um carro. Muito boa, por sinal. O personagem de Clive Owen parece um ensaio para o que viria a ser seu personagem Sr. Smith no sensacional Mandando Bala, em minha opinião.
Um filme bastante bom, com uma estética original, um modo diferente de contar histórias, regado a violência, com personagens principais épicos e bom divertimento. De fato, é um filme interessante.