quinta-feira, 1 de julho de 2010

Kick-Ass - Quebrando Tudo

Eu não disse? Completando as críticas sobre adaptações: de jogo, de livro, de seriado e, agora, de quadrinhos. Parece que não há mais histórias originais hoje em dia. Mas não estou dizendo que isso é ruim, já que o filme que comentarei é muito bom. Sabendo adaptar o material de origem, podem-se fazer grandes coisas.


Kick-Ass - Quebrando Tudo (Kick-Ass, 2010)
Direção: Matthew Vaughn
Kick-Ass é um filme divertido e com um alto nível de violência gráfica. Isso poderia se aplicar a vários filmes, mas quantos deles têm uma menina de 11 anos matando como um adulto?
O filme começa mostrando a vida monótona e sem graça de Dave Lizewski, que é mais uma pessoa no mundo. Ele começa a se questionar porque ninguém nunca seguiu o exemplo dos quadrinhos e se tornou um super-herói. Até que, para dar uma mudada na sua vida, ele se torna um: Kick-Ass. E já começa apanhando, coisa bem corriqueira no filme inteiro. A trama toda vai se desenvolvendo e ele conhece os heróis de verdade Hit-Girl e Big Daddy, além do herói/vilão Red Mist, interpretado por Christopher Mintz-Plasse, o McLovin de Superbad - É Hoje.
Quem domina o filme, na verdade, é a Hit-Girl. Vivida com bastante intensidade pela jovem Cloe Moretz, a menina consegue ser tão violenta e sádica que se torna legal. Ela domina com maestria o combate com armas, bastões, facas e qualquer outra arma letal e ainda protagoniza as cenas com mais ação e violentas do filme.
Big Daddy também não fica para trás. Nicolas Cage está muito bem nesse papel de ex-policial que foi traído e mandado à prisão, cujo único objetivo hoje em dia é treinar sua filha Hit-Girl para que saiba se defender e vingar a morte de sua esposa. E há também sua clara referência a Adam West, o Batman do seriado dos anos 60. Quando ele está vestido de super-herói, ele empossa a voz e faz maneirismos estanhos, assim como sua inspiração. Ele até chega a dizer: "Para o quartel-general" e sai correndo de um jeito estranho. Bela atuação de um grande ator.
O filme foi produzido de uma forma independente, e isso significa que não teve nenhum estúdio controlando a produção. Então o diretor fez tudo do jeito que queria. E isso inclui cenas bastante violentas, bastante sangue e até desmembramentos, mas nada é gratuito e tudo tem um propósito na história.
Outra coisa muito interessante são as referências que o filme faz. Por ser uma história de super-heróis não faltam referências ao Super-Homem, Batman, Homem-Aranha, X-Men e muitos outros, seja quando os personagens estão conversando ou no que está acontecendo em determinada cena. O personagem chega até a parodiar a célebre frase de Tio Ben em Homem-Aranha, Kick-Ass diz que "sem poderes, não há nenhuma responsabilidade". Há também uma maravilhosa referência aos jogos de videogame de tiro em primeira pessoa, perto do majestoso final do filme, engraçado e pirotécnico.
Destaque também para a bela sequência que explica a história de Big Daddy, toda feita em história em quadrinhos, e que foi criada pelo veterano desenhista John Romita Jr.
Kick-Ass é um excelente filme, com situações absurdas, engraçadas e bem violentas, com uma história bem apresentada e que faz bom uso da atualidade para contar sua história, como o fato de Kick-Ass se tornar famoso devido aos seus vídeos na internet. Recomendo fortemente.

PS: Pena que o filme tenha esse horrível subtítulo nacional. O mesmo foi escolhido em um concurso que houve aqui no Brasil para escolher o nome nacional do filme. Mas mesmo assim prefiro "Kick-Ass - Quebrando Tudo" do que o título que ficou em segundo lugar no concurso: "Ação Sem Noção". Bizarro!

Nenhum comentário:

Postar um comentário