terça-feira, 24 de maio de 2011

Velozes e Furiosos 5

"This is Brazil." Sinto lhe dizer, Vin Diesel, mas esse não é exatamente o nosso Brasil.


Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio (Fast Five, 2011)
Direção: Justin Lin
A franquia Velozes e Furiosos está querendo mudar. De rachas para assaltos, mas ainda com muitos carros. E visitam o Brasil com a típica visão deturpada americana. Mas que fica muito engraçado aqui.
Dom, Mia e Brian, depois dos eventos do último filme, partem para o Rio de Janeiro para se refugiar. Mas um empresário corrupto que domina a cidade quer vê-los mortos, então eles têm que se livrar desse problema.
A franquia, para mim, está se tornando cada vez melhor. O primeiro é a ideia inicial, sobre carros de corrida em rachas ilegais, apresentando os bons personagens de Vin Diesel, Paul Walker, Jordana Brewster e companhia. Somente Walker volta para o segundo, tornando o filme mais fraco, e ninguém volta para o terceiro, que tem o nome da franquia apenas para fazer dinheiro e por uma ponta minúscula de Vin no final.
A partir daí, quando percebem que o público perdeu o interesse na franquia, resolvem que tudo tem que começar de novo. Todos os atores resolvem retornar e o filme vira uma espécie de filme de corrida/assalto. E pretende continuar assim.
Para isso, mantém o mesmo diretor do terceiro filme para o quarto e este quinto, dando uma chance a ele de mudar a franquia que ele pegou no pior momento.
Os carros continuam sensacionais. Máquinas incríveis fazendo milhares de manobras no filme. E os efeitos especiais do filme são muito bons e bastante convincentes, basta conferir o clímax do filme, uma tremenda perseguição pelo Rio de Janeiro.
E falando na Cidade Maravilhosa, eu já tinha comentado no texto sobre Rio que eu entendo o porquê de até um brasileiro fazer um filme americanizado sobre o Brasil. Estereótipo não se muda de um dia para o outro. Usando o mesmo exemplo do texto de Rio, daquele episódio de Os Simpsons em que eles vêm ao Brasil, Velozes e Furiosos 5 parece muito mais com ele do que a animação de Carlos Saldanha. A questão é se você vai saber rir desses conceitos.
Afinal, porque eu nunca pensei em pegar o trem-bala que passa no meio do deserto entre Rio de Janeiro e São Paulo? Para eles é algo que pode existir aqui. Assim como praticamente todo habitante do país possuir armas e falarmos com sotaque porto-riquenho. E a maioria das falas em português foi redublada, certeza. Alguns falam tão bem que as palavras não parecem sair de suas bocas, e outros puxam para o espanhol nos diálogos. Único português autêntico é o de Jordana Brewster, filha de brasileira, que altera muito bem entre os dois idiomas. Mas me pergunto como Mia, a personagem dela, americana, sabe falar, e tão bem, o português.
Mas talvez a parte mais engraçada sobre nossa cultura seja o fato de que, em um racha entre os personagens, tocar a música Melô da Popozuda. Hilário. O diretor já afirmou que não sabia o que a letra significava quando escolheu a música para a cena, mas, para nós, ficou bastante engraçado.
Depois de discorrer sobre as características presentes (ou não) de nossa pátria nesse filme de subtítulo brasileiro péssimo, só acrescento que a entrada de The Rock (ou melhor, agora ele é Dwayne Johnson) na franquia foi muito bem vinda. Fazendo um policial linha dura, do tipo que traficantes armados até os dentes deixam entrar normalmente na favela e ainda sentem medo (mais risadas), ele e Vin Diesel travam uma luta espetacular, digna de dois gigantes como eles. E ainda há a volta de todos os personagens que já apareceram nos outros filmes para montar a gangue de ladrões. Ou seja, eles estão tentando amarrar tudo e garantir que Velozes e Furiosos 3 - Desafio em Tóquio não foi um desperdício de tempo. E estão conseguindo.

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