sexta-feira, 6 de maio de 2011

Hop - Rebelde Sem Páscoa

Produção da Illumination Entertainment, que estreou com Meu Malvado Favorito, mas em uma mistura de animação e live-action. E com um ator que, mesmo não tendo filmes dele ainda, tem cara de ser muito engraçado. Tem qualidade, mas podia ter bem mais. E esse subtítulo brasileiro?


Hop - Rebelde Sem Páscoa (Hop, 2011)
Direção: Tim Hill
Não assisti ainda a Alvin e os Esquilos, mas já assisti Garfield 2. Ambos são do diretor desse filme, e pelo o que eu vi, é um diretor com experiência e que sabe fazer filmes que misturam real e virtual. E essa parte é boa.
Jr. é o sucessor de seu pai, o Coelho da Páscoa. Mas ele não quer seguir a tradição da família e quer virar baterista. Então ele foge e vai parar no nosso mundo, encontrando Fred Lebre (James Marsden) no caminho.
Traduzir o sobrenome O'Hare para Lebre foi uma boa escolha. Não fica esquisito e continua o mesmo trocadilho do original. Mas traduzir o nome do personagem principal de E.B. (as iniciais de Easter Bunny, Coelho da Páscoa em inglês) para Jr. não foi tão feliz. Continua sendo um nome de duas letras, mas perde um pouco da piada. Que fosse C.P., eu gostaria mais.
A história em si é bem simples, mas que encanta e faz o filme resistir durante todo o tempo, contando com personagens encantadores com uma das melhores animações dos últimos tempos. A interação entre personagens reais e criados em computador é sensacional, é quase imperceptível, o que ajuda muito em acreditar que tudo aquilo está realmente acontecendo.
A fábrica da Páscoa é tão viva e tão cheia de detalhes e coisas funcionando que se torna uma das melhores locações do filme, mesmo não sendo real. É um fantástico real, do tipo que a gente sabe que não pode existir, mas que adoraria que existisse.
Sobre os atores de carne e osso, James Marsden está bem como em seus papeis anteriores, o Ciclope na trilogia X-Men e o Príncipe Edward de Encantada. Gosto dele. Kaley Cuoco faz a função de coadjuvante que apenas auxilia, portanto está boa. O pai de Fred, interpretado por Gary Cole, é muito divertido. Sua cara de constante desaprovação e decepção com o filho é muito boa, e ele a mantém o filme inteiro.
A dublagem brasileira é excelente, tanto dos atores reais mas especialmente dos personagens animados. É difícil ver uma dublagem brasileira ruim de desenho. Não deve nada aos dubladores originais do filme, Russell Brand, Hugh Laurie e Hank Azaria, por melhores que eles sejam.
Aliás, a personalidade de Jr. deve ter sido criada (ou pelo menos completada) pela própria personalidade de Russell Brand. Ele deve ter dado uma improvisada nas gravações ou colocou seu estilo no coelho, pois eles têm algo em comum um com o outro, na velocidade da fala ou no ritmo das piadas. Isso tornou o personagem muito mais legal. Há ainda uma ponta do Russell Brand real no filme, interagindo com Jr., criando uma boa piada no filme.
E eu não entendo porque muitos lugares tentam vender o filme como um filme de criança. Sim, é engraçadinho, tem personagens fofinhos, piadas simples, na maioria das vezes, mas ao mesmo tempo tem referências a outros filmes, temáticas adultas e muito mais. Ou alguém acha que uma criança vai entender a piada da Mansão da Playboy?
Há, ainda, a participação especial de David Hasselhoff, que faz uma ponta muito boa como ele mesmo sendo um caça-talento, ao estilo de American Idol. E ainda ele garante a que seja, talvez, a melhor piada do filme.
Os pintinhos desse filme têm certa semelhança com os minions de Meu Malvado Favorito, e tinham de tudo para ser tão engraçados quanto eles, mas mesmo assim eles divertem bastante. O filme, de Páscoa, faz referência a alguns clichês de filmes de Natal, como os coelhos entregarem ovos de páscoa na noite de Páscoa em um trenó puxado pelos pintinhos, e ainda uma referência no final do filme ao clássico cumprimento de Natal. Com tudo isso, o filme tinha potencial para ser muito bom, mas é convincente e agradável.
No fim das contas, é um filme que diverte toda a família. Adultos, crianças, adolescentes, todos vão se identificar com algo no filme. Afinal, o filme é engraçado, bonito e no estilo de um filme de família tradicional. Não precisa pensar duas vezes antes de assistir, pois você não sai sem rir.

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