quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Zé Colmeia - O Filme

Filmes baseados em personagens criados pelos estúdios Hanna-Barbera são controversos. Já foram dois filmes sobre os Flintstones, dois sobre Scooby-Doo, e dizem que o de Josie e as Gatinhas é execrável. Mas eles não desistem e tentam mais uma vez.


Zé Colmeia - O Filme (Yogi Bear, 2010)
Direção: Eric Brevig
Flintstones, Scooby-Doo... agora que eles começaram a fazer filmes sobre os personagens de Hanna-Barbera, não dá mais para parar. E para não ficar muito tempo sem nenhum aparecer nas telas, chamaram Zé Colmeia (que, aliás, hoje em dia não possui mais acento por causa da reforma ortográfica. Os tempos mudam).
O Parque Jellystone vai ser fechado para gerar dinheiro para a cidade. Cabe a Zé Colmeia, Catatau, o Guarda Smith e uma jovem cineasta tentarem salvar o parque antes de seu trágico fim.
O roteiro deve ter sido escrito por algum estagiário que estava de folga por ali. Talvez nem fosse um estagiário de roteirista. Trama simples demais, personagens desinteressantes e reviravoltas tolas. O que se salva, por pouco, é o prefeito da cidade, que foi concebido para ser caricato mesmo e é divertido por ser absurdo.
De resto, o Guarda Smith é sempre o bom moço certinho, Anna Faris (de Todo Mundo em Pânico e suas continuações) é determinada ao extremo. Muito, muito unidimensionais.
As animações estão boas como eram as de Scooby-Doo em seus filmes, um pouco melhores, devido a melhorias com o tempo. A interação entre humanos e animações é muito convincente.
Durante todo o tempo o filme só conseguiu me fazer dar risadas de canto. Várias situações engraçadinhas e piadinhas que só te fazem esboçar um pequeno sorriso. Apenas uma piada me fez rir alto na sala de cinema: a piada do trem, que tem o final muito bom. E para citar mais um momento muito bom, há uma referência a Indiana Jones e o Templo da Perdição, envolvendo um bote salva-vidas.
Uma das graças do desenho era ver o urso tentar roubar as cestas de piquenique dos visitantes do parque. Aqui ele faz isso só no começo do filme. E essa parte do filme é a melhor. Depois ele para porque é criada a trama de fechamento do parque e ele tem que tentar ajudar (ou atrapalhar) o parque a continuar aberto. Nada mais de engenhocas para roubar cestas, só gracinhas de urso.
Deu certo uma vez, duas vezes, começou a falhar... talvez devessem ter deixado Zé Colmeia na gaveta de desenhos da Hanna-Barbera.
Aliás, Zé Colmeia saiu da gaveta pronto para falar. Como o urso fala nesse longa-metragem. Ele se sobressai em cima de todos os outros personagens. O ruim é que ele fala tanto, mas nem sempre é engraçado. Dá para rir, mas não é engraçado, tem diferença. O bom é que dá para ouvir bastante a voz do ídolo Guilherme Briggs, que faz uma dublagem excelente do Zé, inclusive fazendo o que mais sabe, incluindo palavras e expressões engraçadas ao personagem, tornando ele mais divertido. E faz lembrar a infância, é claro.
Talvez o melhor modo de assistir Zé Colmeia seja com uma criança pequena do lado. Ela provavelmente vai se divertir bastante com as trapalhadas dos dois ursos, com suas dancinhas, suas acrobacias, suas pancadas, e você acaba se divertindo por osmose. Sem uma criança, você tende a fazer como eu: quase deitei no cinema, apoiei a cabeça na poltrona ao lado e só acompanhei o urso sendo fofinho e esperando uma gracinha para rir de canto de boca.


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