sábado, 11 de dezembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

Esse é post de número 50, que felicidade. 50 posts em quase um ano de vida. E esse momento veio justo agora. A crítica de Harry Potter. Sou extremamente fã de Harry Potter. Já li cada livro 4 vezes (menos o último, esse só foram 3 vezes) e já vi inúmeras vezes cada filme. Vi Relíquias da Morte agora pela primeira vez. Já digo que esse post vai ser um pouco mais comprido e detalhado do que meus outros posts. Harry Potter merece uma crítica especial.
Aviso: talvez esse texto contenha alguns spoilers, leia por sua conta e risco.


Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1, 2010)
Direção: David Yates
Este último filme é um filme maravilhoso. De todos os aspectos possíveis: como filme, como adaptação, como história, quanto à fidelidade. Uma obra de arte a todos os fãs e não-fãs da série.
Na história, Lord Voldemort domina o Ministério da Magia e ameaça a segurança de tudo e todos. Então Harry, Rony e Hermione partem em uma busca solitária para achar e destruir as Horcruxes, objetos que contém pedaços da alma de Voldemort, para então poder destruí-lo.
Difícil resumir a história em um parágrafo, mas está aí. E é preciso ser comentado do ponto em que eles decidiram dividir o filme. Foi perfeito, muito bem acertado. Sem querer entregar nada, foi em um momento tanto triste quanto dramático.
Sobre o filme, fiquei impressionado com a qualidade. Efeitos surpreendentes, como em todos os filmes da série, um roteiro bem bom, os atores cada vez melhores. Tudo o que eles deixaram de lado em filmes anteriores (por não saberem o final da história, na época ainda não escrita por J. K. Rowling) eles conseguiram explicar neste filme.
Ele tem um ritmo diferente dos outros, por ter o tempo de um filme normal da série para contar metade do último livro. Ele detalha melhor a história, não corre com os assuntos e permite as jornadas do grupo, onde eles estão sozinhos, serem mais reais e dramáticas. O filme possui poucas cenas de ação, focando na viagem do grupo, mas quando elas acontecem são sensacionais.
Destaque para Radcliffe fazendo vários de si mesmo e aos caminhos que arrumaram para poder explicar a história de um jeito que quem não lê os livros entenda. E, principalmente, à animação que fizeram para contar a história das Relíquias da Morte. Enquanto Hermione lê a história, essa animação surge, ilustrando-a toda. É uma animação bem original, estilizada e bem feita o suficiente para que todos a entendam. Uma bela adição ao filme, que ficou mais rico com tal recurso. Como fã, não tenho do que reclamar e recomendo: corram agora e assistam.
Claro que algumas coisas, mesmo com o tempo estendido ou a maior fidelidade, tiveram que ficar de fora. Muito por culpa de explicações ou aparições que não existiram nos filmes passados, mas que nada estragam a história no geral. Coisas como não ter Vítor Krum no casamento, sem o plano do vampiro disfarçado de Rony doente. O rádio está sempre presente, mas não se menciona o Observatório Potter.
Em questão de magia, não é introduzido o Tabu, e eles não são descobertos por usarem o nome de Voldemort, mas por voltarem ao mesmo local onde estavam e terem Saqueadores esperando por eles. Nunca foi introduzido também o Feitiço Fidelius, então eles ficam no Largo Grimmauld número 13 sem ninguém perturbá-los, e têm que fugir quando um Comensal se agarra neles na fuga do Ministério. E como eles gostam de quebrar o Estatuto de Sigilo aos Trouxas, levando a Batalha dos 7 Potters para as ruas e no meio do trânsito, e fazendo quase tudo que fazem ao ar livre. Claro que isso é mais cinematográfico, essa é a decisão de se fazer isso.
Cortaram os fugitivos que a turma ouve conversando do lado de fora da barraca e onde sabem de muitas informações e também o quadro do Diretor Black, fonte de informações e que faz a corça patrono chegar até eles. Lupin também não pediu para acompanhar o trio para se ver livre de suas preocupações como pai, algo que eu adoraria ver no cinema.
Achei que David Yates ia se redimir depois de não ter mostrado os Dursley no filme passado, principalmente nesta história em que Duda prova gostar um pouco de Harry e lhe aperta a mão antes de partir, mas os Dursley tiveram uma aparição rapidíssima, arrumando as coisas no carro. Não foi uma boa despedida.
Além do mais, Harry não pega o olho de Olho-Tonto de volta da porta da Umbrigde, muito menos lê alguma parte de As Vidas e Mentiras de Alvo Dumbledore. Espero que ele faça esse último na última parte, para ele poder duvidar se realmente conhecia o diretor. Também não pareceu que Pio Thicknesse estava sobre o controle da Maldição Imperius, e parecia estar contribuindo de boa vontade com Voldemort, virando novo Ministro da Magia. Harry também não se questiona e nem incomoda os outros pelo motivo de sua varinha ter agido sozinho contra Voldemort, apesar de isso ter ficado claro em cena. A história do Pomo de Ouro foi pouco explicada e o caco do espelho de Sirius não foi nada explicado, simplesmente entrando no filme sem ninguém entender. É um objeto tão importante e nenhuma explicação..
Não houve explicação também (isso é mais culpa do filme anterior) de quais são os objetos que foram transformados em Horcruxes. Parece mais que eles terão que adivinhar o que são.
Um dos maiores conflitos morais do livro não é mostrado no filme, a morte de Rabicho. Ele foi morto por sentir remorso. No filme ele é apenas incapacitado. Monstro não dá a sua famosa paulada em Mundundo Fletcher, que, aliás, foi introduzido neste filme. O filme mostrou bem pouco também de Gregorovitch e Grindelwald, assim como cortaram toda a história de Régulo Black, o RAB, e a carta da mãe de Harry no quarto do padrinho.
No livro, há quatro momentos em que se usa a Poção Polissuco. No filme foram diminuídas para duas. Harry é ele mesmo tanto no casamento quanto na sua visita a Godric's Hollow. Claro que o motivo é poder ter os próprios atores demonstrando as emoções ao verem o túmulo dos pais de Harry, e a desculpa usada no filme é: "Eu não viria a esse lugar como outra pessoa". Decisão acertada. Ainda, bela atuação de Daniel Radcliffe ao interpretar o jeito dos outros seis personagens que se disfarçam de Harry Potters.
Porém, não achem que isso são reclamações, são apenas anotações. O filme está fabuloso e, em alguns momentos, eles arrumaram saídas ótimas, como Edwiges morrendo por voltar para defender Harry, e isso sendo o fato que denunciou que ele era o verdadeiro, e não o uso do Expeliarmus, que quem acompanha só pelos filmes não entenderia direito. A cena de dança entre Harry e Hermione é linda e só contribui para o filme, mostrando os dois amigos tentando superar aquele momento difícil em que Rony partiu. E o que dizer da já menciona animação das Relíquias da Morte, totalmente original e bem feita.
Eu, como fã, precisava fazer um relato detalhado desses fatos. Não pense que cada coisa que apontei no texto são falhas, pelo contrário, são apenas coisas que eu gostaria de ver no filme, mas que precisavam ser cortadas, assim como nos filmes anteriores, ou coisas que aplaudi a mudança. No final, é o melhor filme de Harry Potter até o momento. E como a parte final faz parte, no todo, de um mesmo filme, já sei que a parte final do capítulo final será genial. No aguardo, ansioso.


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