quinta-feira, 2 de junho de 2011

Se Beber, Não Case! - Parte 2

Neste post você vai aprender como transformar o mesmo produto em uma fonte inesgotável de dinheiro, seguindo o mesmo conceito de brinquedos - para torná-los mais populares e caros, basta acrescentar acessórios ao mesmo boneco.


Se Beber, Não Case! - Parte 2 (The Hangover - Part 2, 2011)
Direção: Todd Phillips
Nesse texto, vai parecer que eu não gostei do filme. Sim, dá para rir durante toda a projeção. Mas focarei nos pontos negativos pelo simples fato de já ter focado nos positivos em Se Beber, Não Case!, já que os dois são praticamente o mesmo filme.
Desta vez, quem vai se casar é Stu. Todos viajam à Tailândia para o casamento e, receoso sobre o que já aconteceu no passado, Stu decide fazer apenas um café da manhã antes do casamento, porém as coisas dão errado novamente e eles acordam com outra ressaca inesquecível.
A própria sinopse do filme é igual ao do anterior, basta acrescentar alguns "desta vez" no meio.
Este filme segue exatamente a mesma estrutura do filme anterior, do começo ao fim. Começa com a estrutura do casamento e o trio principal ligando avisando que eles estragaram tudo. A partir daí você sabe o meio e o fim do filme. Sobra você rir das piadas e situações embaraçosas que surgirão.
Mas é claro que isso é uma continuação, e uma das filosofias das continuações é "mais". Mais personagens, exageros e tudo mais. E para mostrar que ele segue a mesma linha de raciocínio do primeiro, com seus devidos exageros, basta pegar alguns dos momentos-chave do primeiro. Se no primeiro havia um tigre que apareceu no quarto, neste há um macaco - e em questão de exagero, um macaco não é mais perigoso que um tigre, mas tem mais potencial cômico; nos dois filmes há perda de alguma parte do corpo, sendo que no primeiro é um dente e no segundo um dedo; Alguém some nos dois filmes, no primeiro é o noivo, e no segundo é o irmão da noiva, o personagem novo.
Existe o personagem indefeso que eles devem carregar: neste segundo, um monge de cadeira de rodas substituindo o bebê do primeiro, filho da prostituta. E tocando no assunto, ela dá lugar a uma prostituta travesti no segundo, com direito a comprovação por nudez e tudo. Finalizando essa lista de "coincidências", nos dois filmes há um acordo com alguém, que resulta em uma troca pelo personagem desaparecido. Com o Sr. Chow no primeiro e com o personagem de Paul Giamatti (em uma boa ponta) no segundo. Não é spoiler dizer que nenhuma das duas dá certo, e o negociante não está realmente de posse da pessoa.
O exagero é presente inclusive na atuação dos personagens. Stu (Ed Helms) está muito mais histérico, Alan (Zach Galifianakis) está muito mais bobo e criança (como é comprovado por um "flashback"). O Sr. Chow (Ken Jeong), depois de fazer muito sucesso no primeiro, volta muito mais maluco, homossexual e pelado neste filme, e ganha papel de maior destaque. Phil (Bradley Cooper) é praticamente o mesmo, somente um pouco mais indestrutível, assim digamos. Doug (Justin Bartha) volta para sua ponta de luxo, mesma função do novato Teddy (Mason Lee). Todos com boas atuações e muito engraçados, apesar do exagero já citado. Até Bangcoc é mais exagerada que Las Vegas, sendo muito mais violenta e maluca.
Tudo isso vai acabar, você bem sabe, com mais uma participação de Mike Tyson e as famosas fotos do final do filme, que são engraçadíssimas de tão absurdas.
O filme consegue ser uma mistura de continuação com remake, podendo se encaixar nas duas categorias juntas. O diretor conseguiu despertar duas condições distintas, a amnésia e o déjà vu, ao mesmo tempo.
Pode assistir ao filme sem medo, a não ser que você fique muito incomodado com a mesma história de novo. Eu dei muitas risadas no cinema, o filme tem cenas hilariantes, atores fantásticos e muito humor politicamente incorreto. Assista, ao menos, para ver o macaco, muito engraçado, fumando.
Parece que, pelo sucesso do segundo, um terceiro filme já está sendo cogitado. Será que há espaço e interesse do público para isso? Todd Phillips, junto com seus roteiristas Craig Mazin e Scot Armstrong, podem até entrar para o Livro dos Recordes, como as pessoas que conseguiram fazer três filmes de um único roteiro. Sem dividi-lo em três partes.


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