quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cilada.com

Adaptar uma série de TV para um filme de longa-metragem é sempre uma tarefa perigosa. O problema é quando esquecem que os dois formatos são diferentes e precisam de abordagens diferentes.


Cilada.com (2011)
Direção: José Alvarenga Jr.
E o descrito acima se aplica aqui. O mesmo formato da televisão foi passado para o cinema. E não era para isso ter acontecido.
Bruno fica bêbado e trai sua namorada em uma festa. Para se vingar, ela coloca na internet um vídeo dele em um péssimo desempenho sexual. Então ele tenta reverter a situação e ganhar sua dignidade de volta de vários jeitos possíveis.
Bruno Mazzeo é um ótimo comediante. O seriado Cilada - mesmo eu tendo visto muito pouco dele - é muito engraçado e, de certo modo, inovador. Escrevendo comédia desde que tinha 19 anos, e sendo filho de Chico Anysio, humor é algo que ele realmente sabe fazer.
Mas parece que, ao pensar no filme, ele estava pensando no seriado. Digo isso porque o filme não tem uma história que caiba em um longa-metragem, ele é todo formado por diversos esquetes cômicos que, juntas, formam uma espécie de coletânea. São várias cenas engraçadas, mas que estariam muito melhores sendo exibidas na televisão, uma de cada vez. Um longa-metragem não pode ser composto de várias partes quase independentes - a não ser que o filme seja sobre esquetes.
Quanto ao elenco do filme, ele é composto por vários comediantes bons, que seguram o filme durante todo o tempo. O já citado Bruno Mazzeo, roteirista e protagonista, é muito engraçado. Um dos grandes talentos do nosso humor, e que por algum motivo sempre me lembra do Jemaine Clement, do Flight of the Conchords (banda e série). Fernanda Paes Leme faz a namorada traída de Bruno, e está muito bem. Serjão Loroza faz o Marconha, e é engraçado em doses homeopáticas, o que o filme respeita, aliás. E, como o filme tem essa estética de esquetes, muitas pessoas surgem durante toda a produção.
Mas sim, o filme é engraçado. Há várias cenas em que a risada surgirá. É como se você estivesse assistindo várias cenas distintas conectadas por um motivo em comum. Pode não ser a narrativa perfeita, nem o roteiro perfeito, nem a direção perfeita, nem a fluência perfeita, mas é um filme que você pode se sentar e relaxar e curtir sem se preocupar com nada.

2 comentários:

  1. Só eu achei algumas referências forçadas ao Rowan Atkinson? O Mini Cooper; a postura dele no programa de TV (igualzinha ao inglês em 'Bee Keeping') e as expressões corporais meio exageradas..

    Fazia tempo que não entrava em seu blog. Tá bem melhor que no início. Keep on movin'!

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  2. De fato, eu não havia percebido esses detalhes. E faz bastante sentido, apesar que o Bruno me parece um aprendiz (e uma homenagem, então) de Luis Fernando Guimarães. Gostei das suas observações.

    E valeu pelo elogio, Glauber. Keep on movie-ing! ;-)

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